Como os japoneses fizeram renascer a tradição algarvia da pesca do atum

por Guilherme Rego
Leonídio Paulo Ferreira

A armação é como um recife artificial: captura os atuns-rabilhos que regressam do Mediterrâneo, onde foram desovar, e mantém-nos nas piscinas de engorda até atingirem a qualidade desejada. A Tunipex, projeto luso-nipónico, consegue assim ter peixe de alto nível para exportar até para o Japão. E respeitando as quotas que protegem a espécie do risco de extinção

Ograsnar das gaivotas é quase ensurdecedor, mas são poucas as cavalas que conseguem roubar aos atuns. Um tubo largo expele o peixe miúdo até alguns metros de profundidade e, apesar de as águas algarvias estarem turvas, um olhar mais atento deteta os vultos dos atuns-rabilho, enormes, a passar junto ao Guentaro Maru.

A bordo estão uns 30 pescadores, alguns de fato de mergulho. Tanaka Hajime é um dos que vestem de borracha negra, que deve estar escaldante nesta manhã de verão, 2,5 milhas náuticas a sul da Fuzeta, ao largo da ilha da Armona, que é onde está ancorada a armação da Tunipex. Os nomes do barco e do mergulhador devem estar a dar a ideia de que se trata de um projeto japonês, desse país asiático que venera na sua gastronomia o atum de alta qualidade, a ponto de serem notícia no mundo inteiro os leilões no mítico mercado de Tsukiji, em Tóquio, entretanto encerrado. Mas se a empresa-mãe é de facto japonesa, já a Tunipex nasceu de uma parceria entre portugueses e japoneses, e se por um lado, usa material nipónico, por outro segue a tradição algarvia de pesca de armação, que tinha desaparecido nos anos de 1970, quando também sumiram os atuns-rabilhos.

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