A campanha contra o desperdício de comida lançada pelo presidente chinês, Xi Jinping, levanta questões sobre a segurança alimentar na China, que enfrenta fortes inundações e tensões com seus principais fornecedores
Com 1,4 bilhão de bocas para alimentar, a segurança alimentar é uma questão crucial na China, que sofreu com um período de fome no início dos anos 1960 que deixou dezenas de milhões de vítimas.
Desde então, o boom econômico do gigante asiático foi acompanhado por uma explosão da produção agrícola e das importações, e abundantes banquetes se tornaram a norma em alguns círculos.
A tal ponto que o presidente Xi se referiu, em meados de agosto, ao “surpreendente e preocupante” desperdício de seus compatriotas.
“Apesar das boas safras que nosso país colhe todos os anos, é preciso manter uma percepção de crise em termos de segurança alimentar”, alertou.
Esta declaração suscitou questões.
– Primeiro importador –
As inundações de verão deste ano destruíram imensas superfícies de terras aráveis na bacia do Yangtze, o celeiro de arroz do país. E, no início do ano, a crise da COVID-19 desestabilizou as cadeias de abastecimento.
Antes disso, uma epidemia de peste suína africana já havia devastado o gado nacional e dobrado o preço da carne de porco, a carne mais consumida na China. A isso, somam-se problemas básicos: a urbanização galopante, que destroi as terras agricultáveis, e o êxodo rural, que deixa o campo sem mão de obra.
Para alimentar a maior população do planeta, a China se tornou o maior importador mundial de produtos alimentícios.
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