Tribunal britânico decidiu dar continuidade ao processo de dívida secreta que envolve fornecimento de embarcações e outros sistemas para projetos de pesca e proteção costeira
Nova audiência do caso “Dívidas Ocultas” marcada para janeiro, em Londres, avança o portal Voa Português. As autoridades moçambicanas iniciaram um processo, durante o ano passado, alegando, entre outros, que toda a forma de contratação em questão foi uma fraude.
O Estado moçambicano pede a anulação das garantias soberanas emitidas pelo ex-ministro das Finanças, Manuel Chang, para viabilizar a dívida da ProIndicus, no valor de 622 milhões de dólares contratado a Credit Suisse em 2013. A Privinvest era a principal entidade fornecedora dos bens e serviços para a conceção dos projetos.
Na nova audiência, vão como arguidos, algumas entidades e pessoas ligadas ao Credit Suisse, a Privinvest e o proprietário Iskandar Safa.
Para ajudar a esclarecer o caso, o tribunal britânico arrolou como testemunhas alguns cidadãos moçambicanos, entre eles o ex-Presidente da República, Armando Guebuza, e seu filho Armando Ndambi Guebuza, bem como o ex-Ministro das Finanças, Manuel Chang, entre outros.
Manuel Chang continua detido na África do Sul. Existe um pedido de extradição do ex-Ministro das Finanças de Moçambique, feito pelos Estados Unidos, ao qual Moçambique se opõe.
Os outros acusados continuam detidos em Maputo. As autoridades moçambicanas já prometeram que haverá lugar a julgamento ainda este ano num tribunal do país.