Washington acusa França, China e Reino Unido de protegerem o Irão

por Marco Carvalho

Os Estados Unidos acusaram na sexta-feira a China, França e Reino Unido de “falharem no seu dever” depois de se terem oposto a um procedimento iniciado pelos norte-americanos para restaurar as sanções internacionais contra o Irão.

“Não precisamos da permissão de ninguém para começar o ‘snapbackp’. O Irão está a violar os compromissos nucleares. As condições para lançar o ‘snapback’ estão lá”, afirmou aos jornalistas Brian Hook, enviado dos EUA ao Irão.

Os EUA ativaram formalmente na quinta-feira nas Nações Unidas este mecanismo chamado ‘snapback’, como “Estado parte” do acordo nuclear – concluído em 2015 entre o Irão e a comunidade internacional – para exigir a restauração de sanções internacionais contra Teerão, acusado de violar este pacto.

Hook disse que outros membros do Conselho de Segurança da ONU “falharam” há uma semana ao não estender o embargo à venda de armas ao Irão, que vai expirar em breve, conforme solicitado pelo Conselho de Cooperação do Golfo.

“China, Rússia, França e Reino Unido decidiram ignorar o ponto de vista do Conselho de Cooperação do Golfo”, que reúne “os países mais próximos do perigo”, afirmou.

O Conselho de Segurança “tinha a responsabilidade de respeitar o ponto de vista de prolongar o embargo às armas” e “foi uma falha desapontante do seu dever”, prosseguiu.

Para Hook, qualquer que seja a posição dos restantes países do Conselho de Segurança, o mecanismo não pode ser bloqueado.

“O Conselho de Segurança, ao final dos 30 dias, vai restaurar todas as sanções da ONU. Não importa se as pessoas apoiam ou se opõem ao que estamos a fazer”, atirou.

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, tinha já advertido na segunda-feira que Washington não iria permitir que sejam fornecidas armas ao Irão depois do embargo expirar a 18 de outubro.

“Garanto-vos que os EUA vão usar todos os meios à sua disposição para garantir que os chineses e os russos não possam entregar armas que nos ameaçam no Irão”, declarou na ocasião à Fox News.

A Comissão Mista sobre o Programa Nuclear Iraniano (JCPOA, na sigla em inglês) vai reunir-se em 01 de setembro, em Viena, indicaram hoje em comunicado os Serviços de Ação Externa da União Europeia (UE).

A comissão será presidida pela secretária-geral dos Serviços de Ação Externa da UE, em nome do chefe da diplomacia dos 27, Josep Borrel, e contará com representantes da Alemanha, China, França, Irão, Reino Unido e Rússia.

Fora do encontro estarão os Estados Unidos, cujo país não consta do comunicado divulgado hoje pelos 27.

Sob o acordo de 2015, o Irão recebeu mais de mil milhões de dólares como forma de compensar as sanções em troca de restrições no seu programa nuclear, que os Estados Unidos e outros países alegaram ser uma cobertura para o desenvolvimento de armas atómicas.

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