O presidente da Associação dos Professores Angolanos (APA) disse hoje não existirem condições para o reinício das aulas em Luanda, sobretudo no primeiro ciclo do ensino primário, devido à covid-19, considerando que “talvez” seja possível no segundo ciclo
Inácio Gonga, que falava durante o “Encontro de Reflexão sobre o Direito à Educação e Formação em Contexto da covid-19”, assegurou que os docentes angolanos estão preparados para os desafios impostos pela covid-19.
Mas, observou, “apenas clamam para que se dê atenção às situações prementes que têm a ver com a pandemia”.
Para o líder da APA, o reinício das aulas em Angola, suspensas em março por força do novo coronavírus, causador da covid-19, “deve ser bastante ponderado”, particularmente na componente de recursos humanos e materiais à disposição das instituições escolares do país.
Segundo o responsável, em Luanda, foco da pandemia no país, não existem condições de biossegurança nas escolas para o reinício das aulas no primeiro ciclo do ensino primário, com muitas escolas ainda sem água e material de proteção individual.
“Olhando para Luanda, podemos afirmar, sem receios de errar, que qualquer reinício que vier a ser tomado, talvez para o segundo ciclo, mas para o primeiro ciclo do ensino primário ainda estamos muito longe”, frisou.
Em Luanda, acrescentou, existe carência de água, de material de biossegurança e de recursos humanos nas escolas primárias.
As aulas no ensino geral e universitário em Angola foram suspensas em março, antes do Presidente angolano, João Lourenço, decretar o estado de emergência, que decorreu entre 27 de março e 25 de maio, visando conter a propagação da covid-19.
De acordo ainda com o presidente da APA, as decisões para o reinício das aulas devem ser tomadas “em função da realidade angolana”, pelo que, notou, o excesso de alunos, as casas de banho, o pessoal de apoio e tudo isso deverá ser ponderado por quem decide”.
Debater as implicações da covid-19 na educação e formação das crianças e jovens em Angola foi o propósito do encontro, promovido pelo Ministério da Educação angolano, que juntou atores públicos e privados do sistema de ensino e aprendizagem.