Os dois países deram poucos sinais para tentar resolver o impasse que levou a um confronto mortal no Vale de Galwan no passado mês junho
O ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, fez uma rara visita ao Tibete na passada sexta-feira, incluindo uma viagem à disputada fronteira com a Índia, enquanto o impasse militar de três meses entre os dois países continua arrastando-se com poucos sinais de resolução.
Embora uma declaração concisa emitida pelo Ministério das Relações Exteriores no sábado não mencionasse a Índia, a viagem de Wang à fronteira foi descrita por observadores como um gesto incomum e simbólico.
Negociações diplomáticas e cinco rodadas de negociações militares não conseguiram romper o impasse sobre a longa disputa na fronteira, que se transformou numa disputa ampla e cada vez mais perigosa sobre comércio, tecnologia, investimento ou geopolítica.
Wang, que é o representante especial da China nas negociações fronteiriças com a Índia, afrimou que a segurança e a estabilidade do Tibete são de importância crucial para o desenvolvimento geral da China. O ministro pediu aos diplomatas chineses que trabalhem com as autoridades locais para proteger a segurança nacional.
A viagem aconteceu um dia antes do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, prometer engrossar as fileiras militares com 1,4 milhões de soladados com vista à defesa da soberania do país.
A China tem uma longa fronteira não delimitada com a Índia, que fica principalmente na província do Tibete.
Wang tornou-se o primeiro oficial de topo do governo central a visitar a área de fronteira desde o confronto mais mortal ocorrido a 15 de junho no disputado vale de Galwan. Vinte soldados indianos perderam a vida no confronto, enquanto Pequim se recusou a revelar o número de vítimas do lado chinês.