Lukashenko afirma que “nem morto” entrega a Bielorrússia

por Guilherme Rego

O Presidente recém-eleito da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, afirmou, este domingo em Minsk, que “nem morto” permitirá a entrega do país, na primeira manifestação de apoio depois das eleições

O Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, que está a ser confrontado com a maior contestação desde que tomou o poder em 1994, pediu aos seus apoiantes que defendam a independência do país.

A capital do país, Minsk, está a ser palco de manifestações com milhares de pessoas. Uns apoiam Lukashenko, outros mostram ser opositores do regime.

“Conseguimos construir um belo país, com suas dificuldades e falhas. A quem o querem entregar? Se alguém o quiser entregar eu não o permito, nem morto”, afirmou Lukashenko, citado pela agência bielorrusa Belta, a partir de uma tribuna instalada na Praça da Independência.

Imprensa conotada com a oposição refere que muitos dos participantes do comício foram levados em autocarros. “Queridos amigos, chamei-vos não para me defenderem, mas também. Vieram para que, pela primeira vez em um quarto de século, defendamos nosso país, nossas famílias, nossas esposas e irmãs, nossos filhos”, disse Lukashenko aos presentes.

No poder há 26 anos, o Presidente bielorrusso rejeitou a possibilidade de realizar novas eleições presidenciais. “Há tanques e aviões a cerca de 15 minutos de voo de nossa fronteira. As tropas da NATO rangem os tanques à nossa porta. Lituânia, Letônia, Polónia e, infelizmente, a nossa amada Ucrânia ordenam que realizemos novas eleições. Se aceitarmos, vamos cair”, alertou.

Lukashenko, que segundo a Comissão Eleitoral Central da Bielorrússia, foi reeleito no dia com pouco mais de 80% dos votos, sublinhou que a repetição das eleições presidenciais significaria a “morte da Bielorrússia como Estado e como nação”.

Há uma semana que a Bielorrússia é palco de uma onda de protestos contra a reeleição do Presidente, Alexandr Lukashenko, que muitos, incluindo a União Europeia, consideram fraudulenta.

A principal candidata da oposição, Sviatlana Tsikhanouskaya, cuja campanha atraiu multidões de eleitores frustrados com o Governo autoritário de Lukashenko, terá obtido apenas 10% dos votos.

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