A alegada assinatura de um contrato avaliado em 148,3 milhões de Kwanzas, para a criação do hino de celebração dos 45 anos de Independência Nacional, está a indignar vários segmentos da sociedade civil que apelam a maior responsabilidade e transparência na gestão da coisa pública
Para o presidente da Associação Mãos Livres, Salvador Freire, é necessário a actuação dos orgãos de justiça no escândalo financeiro que envolve a produção do hino de celebração dos 45 anos de Independência Nacional, a ser comemorado a 11 de Novembro.
Falando a OPAÍS, Salvador Freire considera a assinatura do referido contrato um acto de grande irresponsabilidade por parte das pessoas directamente envolvidas no processo. O caso, que chocou a sociedade, foi tornado público na última Sexta-feira, pelo Novo Jornal, revelando que a empresa do músico Big Nelo terá ganho um concurso público avaliado em 148 milhões de Kwanzas para a produção do hino que visa celebrar os 45 anos de Independência Nacional.
Para o também jurista, o assunto deve ser muito bem investigado e os culpados responsabilizados, tendo repudiado veementemente atitudes como esta de “esbanjamento de dinheiro sem cabimento, numa altura em que o país vive problemas cada vez mais preocupantes”.
“Infelizmente, continuam as forças contrárias que tudo fazem para poder sacar dinheiro de forma enganosa e incorrecta. Eu acho que não havia necessidade de um hino custar 148 milhões de Kwanzas, enquanto precisamos de medicamentos para os hospitais. Enquanto precisamos dar de comer às pessoas que estão a morrer de fome e que estão a comer nos contentores de lixo”, deplora.
Para Salvador Freire, esta atitude não é correcta e nem viável para o Executivo, sobretudo para as pessoas directamente envolvidas no processo. O jurista entende ainda que a estrutura de um hino devia ser alocada a pessoas idóneas, com capacidade e que conhecem bem a cultura angolana.
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