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Dez mil estudantes marcham pela democracia em Banguecoque

Uma manifestação de estudantes pró-democracia reuniu hoje na capital tailandesa dez mil pessoas, segundo dados da polícia local, que gritavam “abaixo a ditadura” numa das praças mais conhecidas de Banguecoque, adiantou a AFP. “Na manifestação dos estudantes há 10 mil pessoas”, disse um porta-voz da polícia metropolitana de Banguecoque.

Ainda a decorrer ao final da tarde, a concentração é a maior organizada no reino da Tailândia em vários anos, a maior desde o golpe de Estado de 2014, e acontece num contexto de várias semanas de manifestações quase diárias contra o regime.

Os manifestantes protestam contra o Governo e reivindicam a reforma da monarquia numa altura de tensão crescente na Tailândia e em que o movimento pró-democracia ganha força.

Um dos cruzamentos mais movimentados da capital tailandesa foi hoje ocupado por estudantes que gritavam “abaixo a ditadura” e empunhavam pombas de papel para simbolizar a paz.

A detenção de três manifestantes pelas autoridades nas últimas duas semanas provocou o aumento da tensão no país. Libertados sob caução, são agora acusados por uma dezena de crimes, entre os quais sedição e a violação da lei de emergência sanitária.

Foram advertidos para não repetirem as infrações, mas um deles, Parit Chiwarak, conhecido como ‘Penguin’ (Pinguim), dirigente do sindicato dos estudantes da Tailândia, esteve hoje presente na manifestação na capital.

Os jovens manifestantes tailandeses têm por modelo os protestos de Hong Kong, não têm um líder e recorrem às redes sociais para apelar à participação nas manifestações.

O principal alvo das manifestações é o primeiro-ministro Prayut Chan-O-Cha, antigo chefe do exército, autor do golpe de Estado de 2014 e que se manteve no poder depois das eleições contestadas de 2019.

Os manifestantes exigem a sua demissão, a dissolução do parlamento e reescrever a Constituição de 2017, que dá um poder muito grande aos 250 senadores, todos escolhidos pelo exército.

Mas na passada segunda-feira, diante de cerca de quatro mil manifestantes, os organizadores, pela primeira vez, apresentaram uma lista de 10 reivindicações para reformar a monarquia, um ato considerado audacioso, uma vez que a monarquia é venerada pelos tailandeses e protegida por lei, que prevê penas de prisão até 15 anos de prisão para crimes de difamação.

A pior crise económica na Tailândia desde 1997, provocada pela pandemia de covid-19, é também uma das razões para as manifestações, com dez milhões de tailandeses desempregados em consequência da crise sanitária, que trouxe ao de cima as desigualdades no país e a perceção de que há um privilégio da elite pró-militar.

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