Os vistos turísticos para Macau reabrem em toda a China a 23 de Setembro, anunciou a Administração Nacional de Imigração. Excelente notícia para a economia local, que precisa disso como de pão para a boca. A China, que isolou Wuhan há seis meses, dá agora sinais de uma vitalidade consciente – urgente e bem vinda.
Contra a tese de fontes ocidentais, a China evita passos em falso na corrida à vacina. Já na Rússia, Vladimir Putin anuncia a fórmula mágica da cura, num estilo populista que inclui o teste feito pela própria filha do “imperador”. Os cientistas alertam para a catástrofe de uma vacina mal testada. E esta, anunciada em Moscovo, não completa sequer duas das quatro fases obrigatórias de verificação. Até ver, a investigação chinesa segue padrões bem mais credíveis, tendo a política percebido que, se a cura não chega, não podemos morrer do distanciamento.
A mobilidade tem de regressar, com o devido respeito pelas medidas de prevenção pandémica e a mudança de hábitos que implique.
Em todo o mundo, a queda do PIB, as falências em catadupa e o desemprego em massa projetem um susto maior que o da covid-19. A pandemia existe, como outras no passado e no futuro. Não se pode viver sem essa consciência, mas a vida não pode esperar sentada eternamente.
Macau agradece a presciência e a coragem do Governo, que cerrou fronteiras e protegeu a população. Agir depressa foi muito importante. Mas o cordão sanitário sufoca-nos se todos os outros males nos assaltam.
Há em Macau quem prefira prolongar a angústia económica, trancando a pandemia do lado de lá. Mas a China manda na fronteira…. A cada indivíduo, cabe redobrar os cuidados de saúde. Não vem aí o paraíso, porque o demónio pandémico anda aí…. Vem aí o mal menor: uma recuperação lenta, difícil e necessária, com os cuidados de saúde individuais e coletivos que ligar a economia exige.
Diretor-Geral do PLATAFORMA*
