Irá Trump voltar a utilizar o “argumento China”?

por Mei Mei Wong
David Chan*

Uma sondagem organizada pela agência noticiosa Associated Press e pela Universidade de Chicago revelou que 80 por cento dos norte-americanos acredita que o rumo tomado pelo país é errado e descontrolado. O descontentamento da população para com a forma como o país tem evoluído desde que Trump assumiu a liderança atingiu o pico, tendo até sido iniciadas manifestações contra as tentativas disparatadas do presidente de criar um conflito com a China.

As tensões continuam a aumentar, e peritos militares começam a analisar a possibilidade de um ataque americano à China antes de novembro. Porém, os EUA, acostumados ao trono que ocupam no cenário mundial, parecem não estar conscientes da situação à beira do colapso, continuando a atacar a China.

O foco do ataque poderá ser um pouco diferente do passado. Outrora, tais decisões poderiam não ter causado tanta polémica e descontentamento entre a população e a comunidade internacional, mas o país ao não conseguir controlar os respetivos problemas internos e continuar a interferir em assuntos de outros estados impede que os próprios americanos aceitem estas atitudes e que o resto do mundo as veja com ligeireza. 

Desde que Trump assumiu o poder, o resto do mundo tem assistido ao abandono repentino de uma série de acordos e organizações. Chegamos ao ponto em que apenas uma eventual adesão, em vez do habitual abandono, será motivo de surpresa. Várias opiniões acreditam que Trump está a fazer essas alterações a grandes acordos para conseguir reconquistar a vantagem norte-americana, a vantagem da população branca. Embora do seu ponto de vista tenham sido decisões motivadas por interesses próprios, essa impulsividade acaba por trazer consequências.

As escolhas de um presidente de espírito arbitrário não transformaram os EUA num lugar melhor, muito menos o resto do mundo. Trump claramente não considerou outra forma de resolver a atual situação, fazendo com que a própria população esteja a sofrer às suas mãos. Nestas situações está habituado a utilizar o “argumento China”, atirando as culpas para o país. Porém esta sondagem prova que os americanos já não acreditam em tal desculpa. 

As manipulações que Trump usa com a China são pouco lisonjeadoras. Talvez um dia queira finalmente comunicar com a China, mas até lá, esta nação em constante desenvolvimento poderá não estar disposta a dialogar com um país cuja omnipotência é coisa do passado e que agora sofre as consequências dos respetivos atos. É extremamente difícil reatar laços rompidos, e não será com um casual acordo de cooperação que os EUA conseguirão redimir qualquer ataque imperdoável que façam à China. 

*Editor Senior do Plataforma Macau

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