O magnata dos média pró-democracia de Hong Kong, Jimmy Lai, disse na quarta-feira aos seus repórteres para “continuarem a lutar” após a sua prisão, enquanto a China amplia a repressão contra os críticos na região semi-autónoma.
A repressão acelerou depois de Pequim impor uma ampla lei de segurança em Hong Kong, desde junho, com políticos da oposição desqualificados e ativistas presos.
As ações provocaram indignação no Ocidente e aprofundaram o receio de milhões de pessoas que no ano passado foram às ruas para protestar contra o aperto cada vez maior da China comunista sobre a cidade.
Num dos dias mais dramáticos da repressão, Lai estava entre as 10 pessoas detidas sob a nova lei na segunda-feira, enquanto cerca de 200 policiais vasculhavam a redação do seu jornal – Apple Daily -, que é abertamente crítico de Pequim.
O homem de 71 anos foi aplaudido pela equipa e foi-lhe entregue um buquê na quarta-feira, quando voltou à redação após ser solto sob fiança. O magnata esteve 40 horas sob custódia.
Em imagens transmitidas ao vivo no Facebook pelos seus próprios repórteres, disse à equipa para continuarem a preencher o tipo de despachos simples que enfureceram a China e os políticos pró-Pequim em Hong Kong.
“Lutem! Vamos lutar! Temos o apoio do povo de Hong Kong. Não podemos decepcioná-los.”
Ainda acrescentou que estava “cada vez mais difícil” administrar uma empresa de média em Hong Kong.
“Felizmente, não fui mandado de volta para o continente”, brincou numa demonstração característica de humor negro.
A China declarou que terá jurisdição sobre crimes de segurança nacional especialmente graves, derrubando a barreira legal entre os tribunais controlados pelo partido no continente e o judiciário independente de Hong Kong.