Governo brasileiro nomeia ‘blogger’ para coordenação da Fundação Nacional de Artes

por Guilherme Rego

O Governo brasileiro nomeou na segunda-feira a ‘blogger’ de turismo Monique Baptista Aguiar para um cargo de coordenação da Fundação Nacional de Artes (Funarte), importante órgão de fomento artístico no país.

A nomeação foi publicada em Diário Oficial da União e assinada pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, que atribuiu a Monique o cargo de coordenadora de Projetos Especiais, da direção-executiva da Funarte.

Segundo a imprensa local, a ‘blogger’ já tinha sido nomeada em abril para um cargo de coordenação técnica no Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional do Estado do Rio de Janeiro (Iphan), mas teve a nomeação suspensa cerca de dois meses depois por falta de qualificação para a função.

O Ministério do Turismo indicou aos jornais brasileiros que a ‘blogger’ “cumpre os requisitos estabelecidos por lei para assumir a função e, portanto, está apta a assumir o cargo” na Funarte.

Monique Baptista Aguiar usa as redes sociais para dar sugestões de passeios, de cultura, gastronomia, entre outros temas.

A Funarte é uma das fundações mais importantes de fomento à arte no Brasil, através da concessão de prémios e concursos, publicados em editais. Contudo, a direção tem estado envolta em polémica desde que o atual Governo, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, tomou posse, em janeiro de 2019.

Em maio passado, o Governo brasileiro revogou a nomeação do maestro Dante Mantovani, que associou o ‘rock’ ao aborto e ao satanismo, para presidir a Funarte, horas depois de ter sido nomeado.

Maestro e mestre em Linguística, Mantovani ficou conhecido por ter declarado num vídeo, no canal da rede de partilha de conteúdos Youtube, que o “‘rock’ ativa a droga, que ativa o sexo, que ativa a indústria do aborto” e que “a indústria do aborto, por sua vez, alimenta uma coisa muito mais pesada que é o satanismo”.

Desde que Bolsonaro tomou posse, a comunidade artística brasileira tem denunciado uma alegada “guerra contra o marxismo cultural” lançada pelo Presidente e apoiantes, que declaram ser contra tudo que não se encaixa nos “valores conservadores cristãos”.

Além de nomeações polémicas, o executivo brasileiro também rebaixou a pasta da cultura ao estatuto de secretaria, inicialmente vinculada ao Ministério da Cidadania e agora subordinada ao Ministério do Turismo.

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