Os bispos de Luanda, Viana e Caxito manifestaram hoje “estranheza e apreensão” face à desproporcionalidade das medidas de combate à covid-19 em Luanda onde foi alargado o horário de restaurantes e comércio, mas se manteve a interdição dos cultos
O governo angolano atualizou, no dia 07 de agosto, as medidas decretadas no âmbito da situação de calamidade pública, prolongando a cerca sanitária de Luanda até 08 de setembro, mas alargou o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e dos restaurantes, sendo também permitida a realização de feiras de cultura e arte, bem como exposições. Tudo observando o uso obrigatório de máscara facial e o distanciamento físico.
Os bispos esperavam ver também reconsiderada a interdição do culto público, que se manteve na província de Luanda, epicentro da doença em Angola, “o que infelizmente não ocorreu”. E salientaram que há “desproporcionalidade” nestas medidas.
Os religiosos sublinham, num comunicado, que desde o inicio da declaração da pandemia, a Conferência Episcopal de Angola e São Tomé preparou um protocolo com as medidas de biossegurança a serem observadas nas celebrações litúrgicas e demais atividades “que, de longe, ultrapassa o que observamos diariamente nos mercados, grandes superfícies comerciais, transportes públicos e outros locais”.
Não percebem, por isso, como os cidadãos que frequentam estes locais e usam os transportes públicos “estão impedidos do culto religioso e, em alguns lugares, com excesso de zelo na aplicação das medidas” e estão a “aprofundar” contactos com as autoridades competentes sobre esta questão.
Até segunda-feira, Angola registava um total de 1.679 casos positivos de covid-19, dos quais 1.032 activos, 569 recuperados e 78 óbitos, com 13 províncias afetadas pela doença.