Detenções em Hong Kong sucedem-se e Pompeo manifesta “profunda preocupação”

por Guilherme Rego

O secretário de Estado norte-americano manifestou a sua “profunda preocupação” pela detenção em Hong Kong do magnata Jimmy Lai. Agnes Chow, uma das vozes mais importantes do movimento pro-democracia, foi também levada pelas autoridades

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, manifestou hoje a sua “profunda preocupação” pela detenção em Hong Kong do magnata da imprensa Jimmy Lai, uma das principais figuras do movimento pró-démocracia do território semi-autónomo.

A detenção é uma “prova suplementar de que o Partido Comunista Chinês destruiu as liberdades de Hong Kong e os direitos do seu povo”, escreveu Pompeo na rede social Twitter.

Jimmy Lai, de 72 anos, é o proprietário de duas publicações pró-democracia frequentemente críticas de Pequim, o diário Apple Daily e o Next Magazine.

A polícia de Hong Kong fez hoje buscas ao grupo de comunicação social Next Media, considerado pró-democracia, pouco depois da detenção do proprietário, ao abrigo da lei de segurança nacional.

Dezenas de agentes das forças de segurança entraram na sede do grupo ao final da manhã em Hong Kong, situada numa zona industrial, com os jornalistas do jornal Apple Daily a difundir em direto as imagens das buscas policiais, na rede social Facebook.

Visto por numerosos habitantes de Hong Kong como um herói e único magnata do território crítico de Pequim, Jimmy Lai é descrito nos meios de comunicação oficiais chineses como “um traidor”, que inspirou as manifestações pró-democracia realizadas na região chinesa, e o líder de um grupo de personalidades acusadas de conspirar com nações estrangeiras para prejudicar a China.

Além de Jimmy Lai, a polícia de Hong Kong deteve também hoje outra figura de proa do movimento pró-democracia em Hong Kong, a ativista Agnes Chow, juntamente com outras nove pessoas, no âmbito da nova lei da segurança, imposta em junho por Pequim no território semiautónomo.

Agnes Chow detida

Uma das principais figuras do movimento pró-democracia em Hong Kong, Agnes Chow, foi hoje presa, juntamente com outras nove pessoas, no âmbito da nova lei da segurança, imposta em junho por Pequim no território semiautónomo, anunciou fonte policial.

“Agora está confirmado que Agnes Chow foi presa sob a acusação de ‘incitar a secessão’ sob a Lei de Segurança Nacional”, lê-se, por seu lado, na conta da ativista na rede social Facebook.

A detenção de Agnes Chow ocorreu no mesmo dia que a polícia deteve o magnata Jimmy Lai, empresário e proprietário do Next Media, grupo de comunicação social de Hong Kong.

A detenção de Lai foi saudada por Pequim, que o acusa de ser um “agitador” a soldo das potências estrangeiras que procuram desestabilizar a segurança nacional.

“Esses agitadores antichineses em conluio com as forças estrangeiras puseram gravemente em causa a segurança nacional e a prosperidade de Hong Kong”, disse, em comunicado, o gabinete chinês encarregado de seguir a situação na antiga colónia britânica e em Macau.

“Jimmy Lai é um dos seus representantes”, lê-se na nota.

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