A China autorizou hoje a emissão de vistos turísticos para entrada em Macau, uma medida considerada essencial para revitalizar a indústria do jogo na capital mundial de casinos, com Zhuhai a ser a cidade ‘teste’, foi hoje anunciado.
A emissão dos novos vistos de turismo, individuais e de grupo, vai ser retomada a partir desta quarta-feira e só vai abranger para já a vizinha Zhuhai, na província de Guangdong, ficando os visitantes isentos da quarentena de 14 dias desde que não tenham estado no estrangeiro nas duas semanas anteriores e realizem um teste de despistagem negativo à covid-19, informou a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U.
Em conferência de imprensa, a governante indicou que o objetivo é conseguir junto de Pequim alargar a emissão dos vistos para além de Zhuhai, mas que para isso Macau tem de conseguir manter com sucesso o controlo da pandemia no território, que não tem qualquer caso ativo e não registou ainda qualquer transmissão comunitária do novo coronavírus.
Sob as mesmas condições, a partir também desta quarta-feira, os residentes de Macau também podem entrar em toda a China, ficando excluídos aqueles que tenham um passaporte estrangeiro.
Já em abril, o chefe do Governo de Macau anunciara a intenção de solicitar a Pequim a retoma da emissão de vistos individuais, suspensa devido à pandemia, o que é visto pelos especialistas como crucial para a recuperação do setor do jogo, o ‘motor’ da economia do território, muito dependente do mercado turístico chinês.
A economia de Macau sofreu uma quebra sem precedentes tanto na exploração dos casinos como na entrada de visitantes desde final de janeiro, quando se verificou a primeira vaga de casos de covid-19 detetados no território.
Das centenas de milhões de euros de lucros do jogo, as operadoras de Macau estão agora a anunciar prejuízos nas operações que incluem os ‘resorts’ integrados, muito por causa das restrições fronteiriças impostas.
Macau registou em 2019 quase 40 milhões de visitantes. Só em maio o número de visitantes provenientes do interior da China, o maior mercado turístico do território, chegou a cair em maio 99,4%, em termos anuais.