Reabertura de escolas na Europa não elevou contágio por coronavírus

por Filipe Sousa
Ana Estela de Sousa Pinto

Agência Europeia de Controle de Doenças Transmissíveis (ECDC) publicou relatório sobre impacto do regresso às aulas. Órgão faz a ressalva de que medidas de higiene e distanciamento precisam estar implantadas por toda a sociedade.

Quando as escolas reabriram na República Tcheca, em maio, Elis Silveira esperou um pouco antes de mandar Pedro e Isadora para as turmas de quarto e sétimo ano. A presença era opcional, e ela se preocupava com o risco de que o menino pudesse contagiar a avó, com quem faz as lições de casa.

“Depois vimos que estava tudo tranquilo”, diz ela. As turmas eram de no máximo 15 alunos e, para os mais velhos, só duas vezes por semana, em esquema de revezamento —e todos de máscara.

Também na Alemanha o ensino primário adotou turmas alternadas, uma a cada semana, e Michael, 11, voltou logo no primeiro dia, afirma Giovanna Bader. Já sua filha Valentina, 4, ia todos os dias, porque estava em fase de pré-alfabetização.

“Demos graças a Deus. Para os pais foi muito difícil acompanhar o ensino em casa, porque as escolas alemãs não tinham dinâmica nenhuma para o estudo online”, diz ela.

Alemanha e República Tcheca estiveram entre os primeiros países europeus a reabrirem o ensino primário depois de quarentenas, segundo a agência europeia de controle de doenças transmissíveis (ECDC), que publicou nesta quinta (6) um relatório sobre o impacto da volta às aulas.

Não há parâmetros para comparar a situação brasileira com a europeia, porque a doença atingiu os territórios em momentos diferentes, com outro grau de conhecimento sobre sua dinâmica, prevenção e tratamento. Além disso, a Europa adotou restrições duras, derrubou rapidamente o número de novos casos e implantou um sistema eficiente de testes e rastreamento, com raras exceções.

Nesse cenário, o que o ECDC conclui depois de acompanhar de perto 31 países em três níveis (ensino fundamental, primário e secundário) é que:

1) em geral, reabrir escolas não teve impacto significativo sobre a transmissão comunitária;
2) fechar escolas não é, isoladamente, uma medida eficaz para conter a transmissão de coronavírus;
3) abrir ou não é uma decisão que depende muito da capacidade de implantar outras medidas de controle do contágio.

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