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Mortes em favelas do Rio caíram 70% durante a pandemia

Ao contrário das previsões, a proibição de operações policiais em favelas durante a pandemia não aumentou a criminalidade violenta no Rio de Janeiro. Na região metropolitana o número de mortes decorrentes de incursões nas comunidades caiu 70%, e também diminuíram os crimes contra a vida (48%) e contra o patrimônio (40%).

Os dados estão no estudo “Operações policiais e ocorrências criminais: Por um debate público qualificado”, do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos (GENI) da Universidade Federal Fluminense (UFF), divulgado nesta segunda-feira, 3.

As polícias fluminenses vinham alegando que a proibição, em decorrência de uma decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), dificulta o combate ao crime organizado.

Para estimar os efeitos da proibição, o estudo comparou os números do período de um mês com a média das mesmas datas desde 2007. Segundo o relatório produzido pelos pesquisadores, 30 vidas foram salvas nas favelas por causa da decisão de Fachin. Entre as vidas poupadas, estão as de policiais, que também costumam ser vítimas em confrontos nas favelas do Rio.

A liminar favorável à interrupção das operações policiais durante a pandemia deverá ser analisada pelo STF nesta semana, quando acaba o recesso do Judiciário. Enquanto as polícias são contrárias à medida, a Defensoria Pública do Rio a defende. O órgão participa, inclusive, da divulgação do estudo da UFF, que conta ainda com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) e com o auxílio da plataforma Fogo Cruzado, responsável por traçar um mapa de tiroteios na região metropolitana do Rio.

“O cruzamento dos dados de ocorrências criminais e operações policiais realizados indica que as operações policiais não são eficientes em reduzir a ocorrência de crimes e, pelo contrário, parecem contribuir para o seu incremento”, aponta Daniel Hirata, pesquisador do GENI.

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