O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Dominic Raab, criticou na quinta-feira o veto imposto a pelo menos 12 candidatos da oposição pró democracia de Hong Kong pela Comissão Eleitoral, enquanto crescem as tensões entre o Reino Unido e a China.
Raab lamentou que essa decisão “impeça os candidatos da oposição” de participarem nas próximas eleições legislativas do território semi-autónomo, previstas para 06 de setembro e que as autoridades avaliam a possibilidade de serem adiados devido ao novo coronavírus.
“Está claro que foram desqualificados pelas suas posições políticas, o que prejudica a integridade do conceito ‘Um país, dois sistemas’ e os direitos e liberdades garantidas na declaração conjunta e a lei básica de Hong Kong”, declarou o chefe da diplomacia britânica.
O diplomata conservador insistiu que as autoridades da cidade, uma colónia do Reino Unido até 1997, “devem respeitar” os compromissos assumidos com “os cidadãos de Hong Kong”.
A lista proibida, divulgada na quinta-feira, inclui alguns líderes proeminentes do movimento pró-democracia de Hong Kong, como o secretário-geral da agora extinta organização Demosisto, Joshua Wong, ou o deputado e número um do Partido Cívico, Alvin Yeung.
Raab fez estas declarações depois de o embaixador chinês no Reino Unido, Liu Xiaoming, ter dito na quinta-feira que as disputas sobre direitos humanos, a imposição da nova lei de segurança nacional em Hong Kong e a decisão do Reino Unido de proibir a gigante chinesa de tecnologia Huawei de participar na construção da nova rede telefónica de alta velocidade “envenenaram seriamente a atmosfera” das relações entre a China e o Reino Unido.
“A China respeita a soberania do Reino Unido e nunca interferiu nos assuntos internos do Reino Unido. É importante que o Reino Unido faça o mesmo – ou seja, respeite a soberania da China e pare de interferir nos assuntos de Hong Kong, que são assuntos internos da China, para evitar mais danos no relacionamento entre o Reino Unido e a China”, sublinhou Liu.