Detida investigadora que se refugiou no Consulado chinês em São Francisco

por Marco Carvalho

Uma investigadora chinesa, acusada de esconder as suas ligações ao exército do seu país para obter um visto dos EUA, foi detida, depois de se refugiar no consulado chinês em São Francisco, disseram na sexta-feira as autoridades.

O Departamento de Justiça dos EUA tinha anunciado, na quinta-feira, o indiciamento por “fraude de visto” de quatro pessoas suspeitas de “mentir sobre a sua participação nas forças armadas chinesas”, dizendo que três delas já tinham sido detidas.

“Uma dessas pessoas estava fugida, até à noite passada, tendo encontrado refúgio no consulado de São Francisco”, disse hoje uma fonte do Departamento.

A mulher detida, Juan Tang, é uma investigadora especialista em tratamentos contra o cancro, que trabalha desde janeiro num laboratório da Universidade da Califórnia.

Segundo a acusação, os investigadores descobriram fotos suas de uniforme e comprovaram que ela trabalhou num hospital militar chinês, antes de emigrar para os EUA.

Juan Tang ficou sob custódia policial e comparecerá ainda hoje, pela primeira vez, em tribunal, segundo as autoridades, que não quiseram revelar as circunstâncias da sua prisão, referindo apenas que ela não goza de imunidade diplomática.

Segundo o Departamento de Justiça, Tang é suspeita de estar ligada a espionagem económica.

A sua detenção ocorre num contexto de escalada de tensões entre a China e os Estados Unidos, depois de Washington ter dado três dias a Pequim, na terça-feira, para fechar o consulado em Houston, Texas, alegando que este era um “centro de espionagem e roubo de propriedade intelectual”.

Em retaliação, as autoridades chinesas ordenaram  o encerramento do consulado dos EUA em Chengdu, no sudoeste da China.

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