Uma mão ainda vazia mas carregada de esperança

por Filipa Rodrigues
António Bilrero*

A Organização Mundial de Saúde (OMS) tem conhecimento de que estão em desenvolvimento 163 vacinas contra a Covid-19, a nível global. Os dados disponíveis indicam que a maioria está ainda em fase de desenvolvimento pré-clínico, sinónimo de que cientistas e investigadores estão a fazer experiências com células in vitro ou em animais. Daqueles 163 projetos de investigação, 23 estudos já avançaram para a fase de testes em humanos.

Dizem os entendidos que, na história da humanidade [da ciência e da medicina] nunca se deu um salto tão rápido no desenvolvimento de uma vacina. Sem colocar de modo algum em causa a boa-fé, empenho, dedicação e esforço intelectual de toda a comunidade envolvida, é também do senso comum que aquele que primeiro atingir o nível de eficácia que se exige a uma vacina – travar a pandemia e prevenir novas vagas da doença – descobriu uma mina de ouro. Esperemos que a boa-nova seja rapidamente partilhada por todas as latitudes e longitudes.

Está-se perante pouco mais do que uma mão ainda cheia de nada

Para já, seis estudos entraram (ou anunciaram que vão entrar em breve) na terceira e última fase de testes junto de humanos. Esta é, grosso modo, a última fase de estudo e onde se procura demonstrar a eficácia da vacina e, consequentemente obter o registo sanitário. É a fase que antecede a produção em massa. A expetativa não tem, por isso, precedentes neste domínio.

Olhando para a origem dessa meia dúzia de estudos mais avançada, três chegam da China (primeiro país confrontado com o novo coronavírus) – Sinovac, Sinopharm e CanSino, um do Reino Unido – Oxford-AstraZeneca, um dos Estados Unidos – Moderna e, finalmente, um da Rússia – Gamaleya.

Está-se perante pouco mais do que uma mão ainda cheia de nada, mas na qual a humanidade deposita enorme esperança. Alguns especialistas admitem que a vacina Oxford-AstraZeneca poderá ser distribuída ainda este ano. Já a OMS aponta 2021 como ano provável para a chegada da primeira vacina eficaz, alertando que há ainda um longo caminho percorrer até a imunização chegar ao público.

Até esse momento tão desejado, espera-se que cidadãos e autoridades, por esse mundo fora, continuem a respeitar e a impor regras de confinamento, sempre que necessário, a cumprir a higienização das mãos, como recomendado e, sobretudo a usarem máscaras de proteção. Este é um caminho de sentido único.

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