Turismo em Macau só com vacina

por Fernanda Mira

A normalização do turismo em Macau, que em 2019 recebeu quase 40 milhões de visitantes, só será possível com uma vacina para a covid-19.

“Muitos países neste momento estão a testar as possíveis vacinas. Espero que as vacinas ajudem a dar confiança a recomeçar o movimento de turistas”, afirmou hoje Maria Helena de Senna Fernandes, responsável pelo setor no território, em entrevista à Lusa.

As indicações que têm sido dadas por diferentes fontes, explicou a diretora dos Serviços de Turismo, apontam que a retoma de viagens é “muito condicionada pelo aparecimento de vacinas”.

No início da semana, cientistas da Universidade de Oxford afirmaram que os resultados preliminares de testes a uma vacina contra a covid-19 mostraram que provocou uma resposta imunitária em centenas de pessoas.

Após testes com cerca de mil voluntários iniciados em abril, os cientistas disseram que a vacina produziu uma resposta imune dupla em pessoas com idades entre os 18 e 55 anos, que duraram pelo menos dois meses, refere o artigo publicado na revista Lancet.

Apesar destes resultados animadores, não só desta vacina, mas também de outras que estão a ser testado, Maria Helena de Senna Fernandes admitiu ser “muito difícil dizer quando essas vacinas com efeito vão ser produzidas e em que quantidade vão ser produzidas”.

Macau foi um dos primeiros territórios a identificar casos de covid-19, tem ainda as suas fronteiras praticamente encerradas.

Por essa razão, o número de visitantes em Macau caiu mais de 90% em junho e 83,9% no primeiro semestre, em relação a iguais períodos de 2019.

“Em junho só tivemos 22 mil turistas”, afirmou a responsável, lembrando os últimos dados oficiais, divulgados na segunda-feira.

Antes da pandemia, reforçou, o número de turistas diário era muito superior ao registado em todo o mês de junho.

“Já deixamos de fazer previsões” por causa das medidas que vão sendo atualizadas, disse, ao ser questionada sobre qual seria a aposta do número de visitantes até ao final do ano. Nos primeiros seis meses do ano visitaram o território 3.268.900 pessoas, quando no mesmo período de 2019 Macau tinha sido visitado por mais de 16,5 milhões.

“Mesmo com o teste nucleico é difícil de ter uma retoma em grande quantidade de turismo. Porque vai ser condicionado pelo número de testes que podem ser possíveis de fazer”, avançou.

Macau está a tentar reforçar o número de testes, mas esse número para já só chega a 7.500 pessoas por dia, disse.

“Vai ainda haver bastante dificuldade de muita gente ter acesso a testes”, explicou, reforçando: “não estou a prever grandes números de movimentos de turistas” porque ainda há muita gente que precisa destes testes para visitar as famílias no interior da China.

Só quando houver testes para estas pessoas é que se pode pensar numa normalização do movimento de turistas, detalhou Maria Helena de Senna Fernandes.

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