Turismo começa a recuperar no continente

por Filipa Rodrigues
Wendi Song

A pesar da indústria do turismo ter estado parada durante os últimos meses devido ao prolongar da pandemia global causada pelo novo coronavírus e, de certa forma para prevenir ajuntamentos, à medida que a situação dá sinais de melhorias, várias regiões entram numa fase de regresso à normalidade. A atividade no setor começa a voltar a acordar e, com o regressar da confiança e a vontade da população em viajar, a indústria entra numa tendência positiva. 

Na véspera do festival do Barco de Dragão, com a duração de três dias no continente, James Liang, co-fundador e presidente executivo da plataforma de viagens online Trip.com, organizou em Hengqin uma emissão ao vivo para promover a região e a Área da Grande Baía como destino turístico. Com mais de 3,1 milhões de pessoas a assistir ao live-streaming, de cerca de uma hora, o valor bruto total de vendas de produtos turísticos (GMV) atingiu os 35 milhões de RMB. Pela primeira vez foram vendidos 9.453 bilhetes, em uma hora, com a oferta de “reembolso ilimitado” da Hong Kong Airlines e da Air Macau. E o Hotel Chimelong Zhuhai recebeu também mais de 30 mil reservas (número de quartos multiplicado pelo número de noites). Estes resultados são a prova da procura que está de regresso ao mercado de turismo. 

Os dados estatísticos são uma prova ainda maior dessa procura. Segundo o Departamento de Turismo da província de Guangdong, a receita turística durante os três dias do Festival do Barco do Dragão na província atingiu os 5,26 mil milhões de RMB, com um total de mais de 10 milhões de visitas. O turismo interno movimentou no período, em toda a China, cerca de 49 milhões de turistas nacionais durante estes três dias, representando um crescimento de 50,9 por cento em relação ao ano anterior. A receita turística gerada foi de 12,28 mil milhões de RMB, com um crescimento de 31,2 por cento, revelou um relatório da Trip.com.

“Com base numa análise das reservas de hotel e bilhetes de avião vendidos entre os meses de janeiro e junho, com o início da epidemia a 20 de janeiro, o mercado turístico esteve em queda durante todo o mês de fevereiro. Todavia desde março que tem começado a mostrar sinais de recuperação. Durante março, abril, maio e junho assistimos a um crescimento mensal”, o relatório mostra ainda que “alguns segmentos de mercado, como aluguer de automóveis, atingiram volumes iguais aos do ano passado logo no mês de maio”, adiantou o documento.

O relatório também não deixa de salientar que tendo em conta as atuais características do mercado, produtos turísticos de qualidade como excursões temáticas e excursões em família com autocaravanas e caminhadas são agora muito populares. Cerca de 60 por cento dos turistas fizeram também reservas em hotéis de luxo (quatro e cinco estrelas). 

“Durante o futuro próximo prevejo ainda que os hotéis de médio e alto nível mantenham várias promoções ativas, ou seja, hotéis de 5 estrelas pelo preço de um de 4 estrelas. Isto oferece uma oportunidade para que hotéis deste nível em cidades desenvolvidas atraiam turistas de outras cidades menos desenvolvidas”, adiantou James Liang duramente uma entrevista coletiva.

O presidente da Trip.com justificou a escolha de Hengqin como local para esta sessão de live-streaming em Hengqin de forma a aproveitar a oportunidade de mercado antes de a Área da Grande Baía reabrir. 

“Existem vários pontos atrativos em Guangdong, como por exemplo o parque Chimelong. Em comparação com outras áreas como Jiangsu e Zhejiang, Guangdong possui menos produtos turísticos relacionados com o mundo rural, possui mais costa e por isso maior potencial de mercado”, disse.

Por outro lado, continuou, “Hengqin só por si já usufrui de excelentes condições turísticas, e ser vizinha de Macau faz com que seja um dos locais com maior concentração de hotéis no mundo. Porém não existe espaço na cidade para desenvolver mais áreas e parques turísticos, fazendo com que tanto Hengqin como Macau precisem de ser unificados como um único destino turístico, atraindo assim turistas por períodos mais longos, de uma semana ou mais”.

James Liang foi ainda mais direto, demonstrando vontade de que as atuais medidas e restrições de controlo e prevenção da epidemia sejam rapidamente levantadas. Mesmo com Hong Kong e Macau a implementarem medidas de auxílio ao mercado turístico, o empresário previu que basta o relaxamento de algumas medidas de controlo “para o turismo em Hong Kong e Macau recuperar sem necessidade de grandes subsídios governamentais”.

“A indústria do turismo deve pensar a longo prazo. O surto a nível nacional terá impacto no turismo local, porém se o seu impacto for controlado e o país chegar a um consenso no que diz respeito às restrições de viagens para outras regiões, acredito que a indústria do turismo conseguirá voltar ao normal.” 

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