Economista e chairman dos CTT, João Moreira Rato considera Centeno uma boa escolha para o Banco de Portugal.
O economista está preocupado com a questão social, mas acredita que temos instrumentos para sair bem da crise. Não vê com bons olhos uma TAP gerida pelo Estado, mas elogia a escolha de Mário Centeno para o Banco de Portugal.
Vivemos uma crise sem precedentes e que no fim do ano ainda deve piorar com o fim dos lay-offs, moratórias, etc. O que é mais preocupante nesta crise?
O problema de desigualdade é muito preocupante, porque o vírus afeta muito mais as profissões de baixo valor acrescentado, as famílias mais pobres, as pessoas que não se habilitam facilmente ao subsídio de desemprego. Esse é o grande problema, a questão social, porque de resto os mercados reagiram lindamente…
Nas fatias de cima não há tanto impacto…
Quem tem ativos financeiros é quem é menos atingido pela crise. No imobiliário também não se antecipa grande impacto… Portanto quem sai pior disto são os que trabalham em atividades de baixo valor acrescentado e em setores muito específicos, como o lazer, o turismo, o desporto. Esse é o problema maior, a distribuição de riqueza. Na verdade, quando a doença desaparecer, estaremos numa situação melhor que nunca, com muito mais apoios públicos, uma política monetária muito mais acomodatícia, por isso teremos condições para nos levantarmos muito mais rápido.
E essa política orçamental utra-expansionista vai durar?
Este plano de reconstrução europeia vai durar três ou quatro anos.
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