Instagrammer africano foi “raptado” pelo FBI no Dubai em operação à filme de Hollywood

por Rute Coelho

Rammon Abbas, nigeriano, famoso instagrammer acusado de fraude multimilionária e lavagem de dinheiro nos Estados Unidos, foi capturado pelo FBI no Dubai, onde se encontrava. O seu advogado fala em “rapto”. Pois, do emirado árabe foi levado para os EUA sem passar por um processo de extradição normal

Ray Hushpuppi, o “nickname” porque é conhecido no Instagram o nigeriano Rammon Abbas, verdadeira celebridade nesta rede social onde tem 2,5 milhões de seguidores, é acusado pelos Estados Unidos, onde reside, de ser o cabecilha de uma rede de ciberciriminosos . Aliás, a justiça norte-americana, onde correm várias processos, acusa-o de fraude multimilionária e lavagem de dinheiro. Entre os lesados estão uma firma de advogados norte-americana, um banco estrangeiro e um clube de futebol da Primeira Liga inglesa, relata a BBC.

“Hushpuppi” já se encontra nos Estados Unidos, depois de ter sido levado do Dubai, onde se encontrava, por uma equipa do FBI que montou uma operação relâmpago para o capturar em junho. Outro suspeito no esquema criminoso que com ele se encontrava, Olalekan Jacob Ponle (mais conhecido por sr.Woodberry), foi também detido. Os dois já foram presentes ao juiz num tribunal de Chicago no dia 3 de julho.

https://www.instagram.com/p/By44mQOgFOi/

Apesar de os Estados Unidos não terem acordo de extradição com o Dubai, as autoridades do emirado árabe mostraram satisfação em terem colaborado com os EUA na “extradição” do suspeito como a definiram. O uso das palavras pode causar embaraços diplomáticos. Um porta-voz do Departamento de Justiça dos Estados Unidos apressou-se a corrigir: Hushpuppi foi “extraído” sob custódia do Dubai e não “extraditado”. E não deu mais detalhes.

A rede criminosa de que o nigeriano é acusado de liderar consiste nas já célebres “cartas da Nigéria”, um esquema usado em todo o mundo. Alguém da Nigéria envia um email a dizer que por motivos de perseguição política ou outros igualmente trágicos precisa de ajuda para transferir dinheiro. Faz-se passar por príncipe ou outro alto dignatário. Vai pedir à vítima os seus dados bancários para depois o compensar com uma transferência para a sua conta. E é assim que depois acedem aos dados e à conta.

Quem não teve dúvidas na escolha das palavras foi o advogado do famoso instagrammer,  Gal Pissetzky: “Na minha opinião, o FBI e o governo norte-americano agiram ilegalmente ao raptarem o meu cliente do Dubai sem qualquer ação legal que o suportasse. Não houve qualquer extradição. E ele não é um cidadão norte-americano, os EUA não têm qualquer autoridade sobre o meu cliente”.

Hushpuppi, que já era famoso o suficiente no Instagram, ganhou mais 100.000 seguidores desde a sua captura espetacular no Dubai. O nigeriano, que gosta de documentar o seu estilo de vida milionário e extravagante, viu confiscados uma série de bens pelas autoridades do Dubai. A saber: 40 milhões de dólares em dinheiro, 13 carros de luxo no valor de 13,8 milhões de dólares, 21 computadores, 47 telemóveis topo de gama e as moradas de dois milhões de alegadas vítimas.

https://www.instagram.com/p/B_FWLoGjvdl/

Bens luxuosos que segundo o seu advogado não advêm da atividade criminosa mas sim dos lucros que Hushpuppi obtém sendo uma celebridade patrocinada por marcas no Instagram e com 2,5 milhões de seguidores.

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