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Bolsonaro, uma questão de vida ou morte

Rute CoelhoRute Coelho*

Já vimos o Presidente do Brasil defender as coisas mais indefensáveis. Mesmo infetado com o novo coronavírus, a sua postura pública não mudou. Bolsonaro fez gáudio em aparecer, em propagandear o uso da hidroxicloroquina, o medicamento para a malária cuja eficácia no combate à Covid-19 está longe de comprovada, enfim, em garantir que iria “viver muito tempo”. Ou seja, fez questão de ser ele próprio, populista, amoral e perigosamente estratega.

A vida do inquilino do Planalto e o que ele faz com ela tem direta relação com as vidas ou mortes dos seus constituintes. Há mais de 1250 mortos por Covid-19 no Brasil, há mais de 45 mil infetados e por cada vez que Bolsonaro abre a boca para falar pode estar a cavar mais uma sepultura. 

O seu comportamento imprudente antes de ser conhecido o seu diagnóstico obriga agora a testar dezenas de pessoas. Nos últimos 14 dias, pelo menos 66 políticos, empresários e outras personalidades estiveram próximas de Jair Messias Bolsonaro. E este, sempre sem máscara e a insistir em apertar mãos e dar abraços.

Se com a sua irresponsabilidade tiver contribuído para dezenas de pessoas ficarem infetadas com a Covid-19, isso não poderia ser motivo para impeachment? Ele já é alvo de quase 30 pedidos de destituição na Câmara dos Deputados. A maioria referentes à sua participação em atos contra o Congresso, Senado e Supremo Tribunal, ou declarações que fez sobre a pandemia e ainda por conta das acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro.

Na quarta-feira o colunista da Folha de S.Paulo Hélio Schwartsman escreveu um artigo com o título “Por que torço para que Bolsonaro morra”. Parece cruel, desumano e ofensivo da moral cristã. Mas Hélio, que se define como tendo uma ética consequencialista, alguém que acredita que as ações são valorizadas pelos resultados, explica porque defende a morte do Presidente do Brasil: “No plano mais imediato, a ausência de Bolsonaro significaria que já não teríamos um governante minimizando a epidemia nem sabotando medidas para mitigá-la. Isso salvaria vidas? A crer num estudo de pesquisadores da UFABC, da FGV e da USP, cada fala negacionista do presidente se faz seguir de quedas nas taxas de isolamento e de aumentos nos óbitos. Detalhe irônico: são justamente os eleitores do presidente a população mais afetada”.

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