Comandante militar das forças armadas morto em Mocímboa da Praia

por Gonçalo Lopes

Horácio Arósio Charles, comandante da unidade das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), destacada na vila de Mocímboa da Praia, morreu em combate. Tudo aconteceu durante o ataque de sábado à vila por um grupo armado rebelde, disseram hoje à Lusa fontes militares.

As mesmas fontes avançaram que o comandante militar morto em Mocímboa está entre um número não apurado de membros das Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanos mortos durante a incursão. Contudo, não foram oficializados os nomes de outros membros.

Um número não determinado de atacantes também morreu durante os confrontos com as FDS, acrescentaram.

Os corpos dos militares atingidos nos confrontos foram levados num navio de Mocímboa da Praia para a cidade de Pemba, capital da província de Cabo Delgado.

Antes de ser colocado em Mocímboa da Praia, Horácio Arósio Charles era um dos comandantes da unidade das FADM. Esta unidade garante a proteção das instalações das empresas de gás natural no distrito de Palma, em Cabo Delgado.

Apesar de diversas tentativas, a Lusa não conseguiu obter uma reação do Ministério da Defesa Nacional sobre o ataque a Mocímboa da Praia e a confirmação do comandante militar morto em Mocímboa

Terroristas nas redondezas

Fontes militares disseram à Lusa que as FDS controlam a vila, mas há focos de presença de atacantes nas redondezas.

“Achamos que há malfeitores estão misturados com famílias de fora da vila e por isso as buscas e perseguição continuam”, disse um militar.

Mocímboa da Praia já tinha sido invadida e ocupada por rebeldes, durante um dia, a 23 de março. Esta foi uma ação depois reivindicada pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico.

O confronto de sábado foi o maior de que há relato em Cabo Delgado desde a ocupação por insurgentes da vila de Macomia, entre 28 e 30 de maio, e consequente confrontação com as FDS moçambicanas.

Mocímboa da Praia é das principais vilas da província, situada 70km a sul da área de construção do projeto de exploração de gás. Este projeto, refira-se, é conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

A violência armada dos últimos dois anos e meio já terá provocado a morte de, pelo menos, 700 pessoas. Além disto, estamos perante uma crise humanitária que afeta cerca de 211.000 residentes.

As Nações Unidas lançaram, no início de junho, um apelo de 35 milhões de dólares (30 milhões de euros) à comunidade internacional para um Plano de Resposta Rápida para Cabo Delgado para ser aplicado de maio a dezembro.

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