Índia proíbe TikTok, WeChat e mais 60 apps chinesas

por Guilherme Rego

A medida faz parte de um processo de retaliação, depois dos militares indianos e chineses terem iniciado conflitos no início do mês.

O governo da Índia proíbiu quase 60 aplicativos móveis chineses na segunda-feira, incluindo o TikTok, citando preocupações de segurança nacional, depois de um choque mortal entre ambas as forças armadas, que elevou a tensão entre os dois países ao nível mais alto em décadas.

Os combates, há duas semanas, ao longo da fronteira disputada entre os dois países mais populosos do mundo, deixaram 20 soldados indianos mortos e um número desconhecido de vítimas chinesas.

Índia prometeu retaliar, no entanto o seu poder militar e económico fica muito atrás da China. As opções são limitadas.

As empresas chinesas de telecomunicações e redes sociais estão de olho no mercado da Índia devido ao seu enorme potencial. Cerca de 50% dos 1,3 bilhões de cidadãos da Índia estão online, são utilizadores recorrentes deste género de aplicativos. Analistas chegam a afirmam que um terço dos usuários globais do TikTok estão baseados na Índia.

Além do TikTok, a popular plataforma de rede social de compartilhamento de vídeo, os aplicativos proibidos incluem WeChat, UC Browser, Shareit e Baidu Map.

Os aplicativos chineses estavam “a roubar e a transmir clandestinamente os dados dos usuários de forma não autorizada para servidores que possuem localizações fora da Índia”, disse o Ministério da Eletrónica e Tecnologia da Informação da Índia, em comunicado nesta segunda-feira.

“A compilação desses dados, a sua exploração e criação de perfis por elementos hostis à segurança e defesa nacional da Índia, acabam por colidir com a soberania e integridade da Índia, é uma questão de preocupação profunda e imediata, que requer medidas de emergência”, afirma o comunicado.

O governo chinês nem a TikTok comentaram a mudança para já.


Este mês, a violência na fronteira teve o seu pior registo em mais de 50 anos. A Índia culpou a China por provocar o conflito ao invadir o território que afirma ter na sua posse (na cordilheira do Himalaia). A China defende exatamente o contrário, ou seja, que as tropas indianas invadiram primeiro.

A situação permanece tensa para os dois países detentores de armas nucleares, com um aumento de tropas nos dois lados da fronteira.

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