Jornalistas moçambicanos constituídos arguidos por causa de Cabo Delgado

por Guilherme Rego
Plataforma

Jornalistas do Canal de Moçambique vão ter de enfrentar o tribunal depois de noticiarem acordo entre Estado moçambicano e empresas multinacionais para proteger trabalhadores dos ataques em Cabo Delgado

O Governo moçambicano alega que o jornal Canal de Moçambique violou segredos de Estado ao publicar, no passado mês de março uma informação que dava conta de um contrato assinado em fevereiro no ano passado entre a “Anadarko” (agora “Total”), a “Eni” (entretanto “Mozambique Rovuma Venture”) e o Estado, alegadamente para garantir a segurança dos trabalhadores dessas empresas na região de Palma, em Cabo Delgado.

Com o título “O negócio da guerra em Cabo Delgado”, o jornal estampou o suposto contrato feito entre as empresas e o Governo moçambicano. O jornal revelava ainda que os pagamentos pelos supostos serviços “seriam depositados num banco comercial”.

Sem nunca negar a notícia, o Ministério da Defesa moçambicano enviou, na altura, uma carta ao referido jornal a condenar a publicação da reportagem e de documentos considerados confidenciais. O diretor do semanário, Fernando Veloso, e o editor-executivo, Matias Guente, foram constituídos arguidos por alegada “violação de segredo de Estado”.

Matias Guente revelou à Deutsche Welle África “que não se sente intimidado”. “O Estado tem que garantir que o jornalista exerce a sua atividade dentro de um clima de segurança e independência”, acrescentou.

Entretanto, o jornal Canal de Moçambique já foi notificado e o jornalista deverá ser ouvido pelas autoridades na próxima semana.

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