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Armando Dias, do comité central do PAIGC, detido hoje em Bissau

O membro do comité central do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) Armando Correia Dias foi hoje detido em Bissau, disse à Lusa fonte daquela formação política da Guiné-Bissau.

Armando Correia Dias, também empresário guineense e conhecido por N’Dinho, foi detido quando circulava numa viatura, como passageiro, onde seguiam ainda o deputado do PAIGC Wasna Papai Danfa e uma outra pessoa.

Segundo a fonte, Armando Correia Dias está detido na segunda esquadra em Bissau.

Numa mensagem divulgada na rede social Facebook, o PAIGC questiona se a “comunidade internacional é cúmplice ou patrocinadora de sequestros e torturas”. “O empresário Armando Correia Dias pode ser assassinado se algo não for feito para impedir uma tragédia anunciada. Estejamos todos vigilantes”, acrescenta a mensagem.

O advogado guineense Suleimane Cassamá, que representa Armando Dias, disse hoje que o seu cliente foi “sequestrado” pelo Ministério do Interior. “Depois das primeiras diligências feitas constatamos que na verdade há um plano premeditado para o sequestro de N’Dinho”, afirmou o advogado, em declarações aos jornalistas.

“Ele está sequestrado pelo Ministério do Interior. Não há notificação, não há mandado, nada”, disse Suleimane Cassamá, acrescentando que não consegue falar com o seu cliente. Diz ter sido informado de que as entradas na segunda esquadra estão proibidas e o acesso está vedado.

“A lei obriga a dar acesso aos advogados em relação aos seus constituintes”, salientou.

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Nestas declarações à imprensa, ao lado do advogado, estava também o deputado do PAIGC Wasna Papai Danfa, que acompanhava Armando Dias Correia quando este foi levado por elementos da Polícia de Intervenção Rápida (PIR).

“Quando estávamos a passar junto à PIR veio um carro de marca Mercedes que nos intercetou”, disse aos jornalistas. Segundo o deputado, o homem da viatura foi falar com os agentes da PIR, que se aproximaram do carro onde seguia com Armando Dias Correia e outro membro do PAIGC e os mandaram sair.

Wasna Papai Danfa disse que se identificou como deputado e que os agentes tentaram meter no carro uma mala com armas.

“Eles começaram a dizer que as armas eram nossas, meteram as armas no carro”, explicou o deputado, questionando qual a razão por só Armando Dias Correia ser levado pela PIR.

Wasna Papai Danfa disse que os três iam buscar um outro deputado do PAIGC, que estava com medo de sair de casa para participar nas jornadas parlamentares do partido.

Segundo o deputado guineense, o presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, está a tentar contactar com o ministro do Interior, Botche Candé, para saber o que se passa.

A Guiné-Bissau tem vivido desde o início do ano mais um período de crise política, depois de Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições pela Comissão Nacional de Eleições, se ter autoproclamado Presidente do país, apesar de decorrer no Supremo Tribunal de Justiça um recurso de contencioso eleitoral apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira.

Na sequência da sua tomada de posse, o Presidente guineense demitiu o Governo do PAIGC liderado por Aristides Gomes e nomeou para o cargo Nuno Nabian, líder da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau, que formou um Governo com o Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), o PRS (Partido de Renovação Social) e elementos do movimento de apoio ao antigo Presidente guineense, José Mário Vaz, e do antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior.

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