Angola quer mais investimento chinês em agricultura, pesca, indústria, turismo e petróleo. De acordo com embaixador em Pequim, o país também está a procurar apoio no âmbito da iniciativa Faixa e Rota para um projeto de transporte transcontinental.
Em entrevista à estação de televisão chinesa CECTV, e falando sobre a iniciativa Faixa e Rota, João Salvador Neto disse que Angola tem um conjunto de projetos rodoviários, ferroviários e marítimos, no nível sub-regional que permitem maior desenvolvimento e cooperação entre os estados membros da SADC.
Esses projetos, acrescentou o diplomata, podem aumentar o impacto da iniciativa de Pequim Faixa e Rota em Angola e em todos os países da sub-região.
De um ponto de vista bilateral, explicou, um grande projeto passa pelo uso do Corredor do Lobito, a ser desenvolvido por um consórcio que integra empresas chinesas e estrangeiras.
O projeto, acrescentou, pretende tirar proveito de todos os recursos existentes ao longo do Corredor do Lobito, que vai da área do porto do Lobito, a Moçambique, e inclui o desenvolvimento e construção em larga escala de indústria petroquímica.
Em 2019, o embaixador chinês Gong Tao visitou ano porto do Lobito a empresa de Caminho de Ferro de Benguela e destacou a importância do corredor, enfatizando que bens e matérias-primas produzidas no interior de Angola e em países vizinhos, como a República Democrática do Congo e a Zâmbia, podem usá-lo para alcançar o mercado internacional, incluindo a China.
“Estou interessado em promover a cooperação comercial entre empresas chinesas e parceiros angolanos”, destacou então o diplomata chinês. Há uma “perspetiva muito brilhante de parcerias futuras, porque temos vantagens diferentes, podemos aproveitar e ter desenvolvimento comum”, acrescentou.
Segundo a imprensa angolana, a China Harbour Engineearing Corporation, responsável pela requalificação do Porto do Lobito, em 2013, a COSCO e a Sinotrans, pela logística, estavam interessadas no Corredor do Lobito.
Na entrevista à CECTV, o embaixador João Salvador dos Santos Neto lembrou que Angola tem uma “imensidão de recursos” que merece ser explorada para a diversificação da economia, para que possa deixar de estar apenas dependente do petróleo.
A iniciativa Faixa e Rota é um plano estratégico de desenvolvimento que consiste na criação de corredores económicos através de uma nova Rota da Seda, por terra e mar.