ONG acusa empresas francesas de alimentarem violência em Cabo Delgado

por Fernanda Mira

Amigos da Terra denuncia interesses do estado e de empresas francesas na exploração de gás no norte de Moçambique e fala numa “bomba climática”.

“As maquinações francesas estão a forçar mais um país africano a depender de combustíveis fósseis em nome dos interesses económicos dos industriais e banqueiros franceses do setor da energia”, a acusação está num relatório intitulado “Do El Dorado do gás ao caos”, feito pela ONG Amigos da Terra (Moçambique, França e Internacional), divulgado esta segunda-feira (15 de junho). No documento pode ler-se que os interesses franceses no megaprojeto de exploração de gás em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, têm levado a abusos dos direitos humanos, aumentado a violência na região e terão um impacto ambiental muito significativo.

A ONG acusa o governo francês de “ajudar a acender as tensões na província de Cabo Delgado, apoiando empresas multinacionais de gás e a militarização da zona”, ao mesmo tempo que alerta que a exploração do gás natural liquefeito (GNL) na região “é uma bomba climática pronta para explodir e contribuirá para empurrar o mundo ainda mais para a irreversível crise climática”.   

Em 2010 foram descobertas reservas subaquáticas que, se acredita, terão qualquer coisa como 5.000 bilhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito em Moçambique e o relatório revela que deverão ser investidos, na exploração, 60 biliões de dólares.

A francesa Total é uma das empresas que vai começar a explorar em 2022/23 o gás.

Cabo Delgado tem vivido dias de grande violência com 1.100 pessoas a perderem a vida e, calcula-se 200 mil a ficarem deslocadas.

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