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Situação está “cada vez mais dramática” em Cabo Delgado

D. Luiz Fernando Lisboa volta a falar ao mundo sobre a situação terrível que se vive no norte de Moçambique. Segundo o Bispo de Pemba, as pessoas estão em condições muito difíceis que serão agravadas pela chegada da época do frio.

A situação humanitária em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, “está cada vez mais dramática”, denuncia o Bispo de Pemba à Fundação AIS. “O alojamento não é suficiente para todos, porque aqui em Pemba, por exemplo, as famílias estão a receber [os desalojados], mas há também grandes acampamentos sem as condições necessárias. Não há tendas suficientes, não há comida que chegue, porque é muita gente.” A agravar esta situação, e porque agora “é a época do frio”, como sublinha o Bispo, faltam “mantas, e cobertores” para distribuir a todas as pessoas.

Em conversa telefónica, com a Fundação AIS, o Bispo de Pemba adiantou que espera reunir com a Alta Comissária das Nações Unidas para abordar este assunto, embora reconheça que a ONU já está a ajudar: “Queremos ver uma maneira de melhorar ainda essa ajuda”.

Sobre os mais recentes ataques a Macomia, nos dias 28, 29 e 30 de Maio, o Bispo de Pemba sublinha a dimensão dos estragos: a cidade “está toda destruída”. Para já, regista-se uma certa acalmia. Nos últimos dias não tem havido movimentações de grupos armados, mas isso é normal, garante o prelado. “Eles têm estado em silêncio mas isso tem acontecido das outras vezes. Ficam alguns dias em silêncio e depois vêm com algum tipo de assalto. Então, nós estamos todos na expectativa. Depois do ataque a Macomia, ficaram em silêncio.”

Consequência da onda de violência e dos ataques dos grupos jihadistas às comunidades religiosas, pelo menos “sete ou oito paróquias” estão como que encerradas, ou pelo menos sem actividade há já algum tempo.

“Estamos num compasso de espera. São cerca de sete, oito paróquias. Não diria fechadas mas sem actividades porque não há condições para isso. Não há celebrações, não há catequese, nada. E já há vários meses. Há algumas comunidades que há alguns meses não têm nada.”

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