A diversidade está em nós

por Guilherme Rego
Gonçalo Lobo Pinheiro*

Esta semana que está prestes a terminar foi intensa em diversos aspetos. Ontem, o PLATAFORMA publicou uma história sobre racismo que me marcou.

Não é que eu não soubesse o que é o racismo. Sei e até já senti na pele, mesmo sendo aquilo a que muitos chamam branco.

Contudo, desde muito novo fui habituado, por força dos lugares onde vivi, a conviver com a diversidade. Tive amigos de diversas cores e feitios. E isso nunca me levou a questionar o que quer que fosse, acreditem. Para mim, a máxima sempre foi: todos diferentes, todos iguais, em tudo, desde a cor da pele à escolha do clube de futebol. Não vejo o mundo a preto e branco. Sempre convivi bem com estas realidades, porque sempre as achei normais. Não as questiono, por princípio.

Racismo é algo que existe e é global. Não é só de brancos para pretos ou de amarelos para brancos, e por aí fora

Por vezes, perguntaram-me: ‘Terias uma namorada de cor?’ ou ‘Imaginas-te a ter um filho de cor?’. Para além do bizarro da pergunta – como se estas escolhas fossem assim tão lineares -, o “de cor” provoca-me urticária. De cor? Qual cor? Azul? Vermelho? Verde?

Enfim, são estas nuances ridículas do ser humano que deveremos combater. Racismo é algo que existe e é global. Não é só de brancos para pretos ou de amarelos para brancos, e por aí fora. É também de brancos para brancos e de pretos para pretos. E isso ninguém quer falar. Por isso, apelo a uma profunda reflexão.

A história que escrevi e fotografei, e foi publicada ontem aqui neste website e na edição em papel com laivos de manchete, é, acima de tudo, uma história de sentimento. Uma história com várias histórias: oito. Histórias de gente que vive de braço dado com o racismo, porque simplesmente nasceu com uma cor diferente daquela que habitualmente se acha, por maldade ou ignorância, superior às outras.

Talvez por andar cheio de ouvir ‘estórias’. Esta história marcou-me. Ouvir o testemunho destas pessoas fez-me andar a remoer, por diversos dias, algo que tomava como normal: a existência da diversidade.

*Editor de português do Plataforma

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