“Timor, uma Babel onde pessoas não conseguem quase comunicar”

por Filipa Rodrigues

Em dia dedicado a Timor-Leste, no âmbito das Jornadas do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, realizou-se um webinar sobre os desafios e as diversas línguas e dialetos falados no país, com João Paulo Esperança (professor, tradutor e interprete) e Ricardo Antunes (professor de português), e moderado por António Sampaio (delegado da Lusa em Dili).

País com bastantes línguas e dialetos, é passada muitas vezes a imagem que Timor “é uma Babel” onde as pessoas não conseguem quase comunicar. Imagem um pouco exagerada, mas existirem países com grande variedade linguística é o mais habitual. Pouco habitual é haver países com uma grande uniformidade linguística, como sucede em Portugal.

O papel do português, que no tempo colonial era ensinado nas escolas e usado pela administração no funcionamento do Estado, foi interrompido pela invasão indonésia. Os timorenses optaram por reoficializar o português após a independência e colocar o Tetum ao lado da língua de Camões como sendo oficiais.

A variedade linguística em Timor-Leste resulta de “fatores externos”. Através de grupos étnicos que foram chegando à ilha e que, naturalmente, trouxeram a sua própria forma de verbalizar, ou devido de relevo demasiado acentuado do país, fazendo com que as pessoas ficassem bastante isoladas. Isso propiciou o aparecimento de cerca de 30 línguas num território tão pequeno, diz Ricardo Antunes.

Estas diversas línguas e dialetos estão presentes ao longos dos séculos. Com o processo de colonização portuguesa, o português foi sendo lentamente introduzido. Atualmente existe um equilíbrio entre o reconhecimento das línguas nacionais e das oficiais na Constituição. No entanto, alguns movimentos defendem que as línguas maternas devem ter um papel mais importante, como por exemplo no sistema educativo.

Veja aqui o debate na íntegra sobre as línguas e dialetos de Timor-Leste.

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