Polícia Nacional de Angola pede desculpa por excessos que resultaram em mortes

por Rute Coelho

O porta-voz do Ministério do Interior pediu desculpas publicamente aos cidadãos lesados e às famílias que perderam os seus entes queridos, por causa do uso excessivo da força por alguns efetivos da Polícia e do Exército, durante o período de prevenção e combate à Covid-19.

Em conferência de imprensa de atualização de dados da pandemia no país, o porta-voz Waldemar José referiu que os elementos da Polícia Nacional e das Forças Armadas Angolanas saiem à rua com a missão de proteger os cidadãos, sem qualquer orientação para maltratar pessoas ou tirar vidas humanas, noticiou a Angop.

“Nós não somos inimigos dos cidadãos, mas existimos para garantir a legalidade, manter a tranquilidade e a ordem pública, assim como todos os princípios que norteiam o Estado democrático e de direito”, sublinhou o sub-comissário, terça-feira, à noite.

Waldemar José assegurou que pelo menos dez agentes da Polícia Nacional cujos excessos terão resultado na morte de cidadãos, durante o período do Estado de Emergência, estão detidos, e os seus respetivos processos criminais foram encaminhados aos magistrados do Ministério Público, para serem acusados oficialmente dos crimes.

Balanço

Segundo o porta-voz do Ministério do Interior, nos primeiros 15 dias da Situação de Calamidade Pública, que vigora desde 26 de Maio, as forças de Defesa e Segurança de Angola detiveram1671 cidadãos, dos quais 267 por desobediência às autoridades e 110 por violação à cerca nacional.

De igual modo, 106 por violação da cerca provincial, um por corrupção ao agente policial, 190 por desacato e 996 por violação das fronteiras.

Foram apreendidos 2516 veículos, dos quais 403 por excesso de lotação, 2085 motorizadas por exercício de moto-taxi, atividade que até ao momento está suspensa, aguardando por uma legislação própria que vai entrar em vigor nos próximos dias.

Foram interditadas 30 atividades de treinos coletivos, que só serão retomadas a partir de 13 de Julho. No sector comercial, foram encerrados 160 mercados por violação das disposições legais.

O porta-voz do Ministério do Interior informou que também foram interditadas oito atividades de culto religioso.

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