As finanças do futebol superam o medo da Covid-19

por Fernanda Mira
Gonçalo Lopes

O futebol está de volta. Enquanto se discute o desconfinamento em muitos países, quais as formas, os setores a reabrir, etc, o que está certo é que o futebol já regressou em alguns dos principais campeonatos, como o alemão. E nos próximos dias seguem-se outros, como o português, já esta quarta-feira, dia 3 de junho.

Já se ouviram várias críticas pelo regresso do desporto rei, nomeadamente devido ao risco de contágio de Covid-19, mas a verdade é que o regresso do futebol nunca esteve em causa. E não esteve em causa porquê? Não esteve em causa devido aos muitos milhões envolvidos. Ninguém pode ser hipócrita ao ponto de pensar que não é uma questão de finanças. Tal como não é uma questão de economia os países estarem a ‘reabrir’ quando a pandemia está muito longe de estar controlada.

Nos cinco principais campeonatos de futebol, o espanhol, francês (o único que teve a ‘coragem’ de dar por terminada a época há já várias semanas), inglês, alemão e italiano, por exemplo, estamos a falar de muitos mil milhões de euros envolvidos – cerca de 93. Caso o futebol não voltasse, os clubes deixariam de receber uma boa parte da fatia financeira dos seus orçamentos anuais, concretamente os milhões correspondentes aos direitos televisivos. Em Portugal, por exemplo, as operadores já ameaçaram fechar a torneira, daí que clubes como Benfica, FC Porto e Sporting tenham urgência em retomar os jogos. Não é apenas uma questão desportiva, ara discutir qual será o vencedor, mas sim de sobrevivência. Os ordenados milionários dos principais jogadores continuam por pagar e os milhões vindos da NOS, Altice, etc, são o Pão Nosso de cada dia para que os principais clubes portugueses não entrem em incumprimento.

E se Portugal é assim, os restantes países não diferem muito. É verdade que têm outras fontes de rendimento, mas se o futebol parasse, não havia meios para pagar, por exemplo, salários como os de Cristiano Ronaldo, que vê a Juventus transferir para a sua conta mais de dois milhões mensais.

Desenganem-se aqueles que pensam que o futebol está de regresso porque já é seguro praticar futebol. Não, é uma questão, sobretudo, financeira. Até porque se fosse realmente seguro os jogos não seriam praticados à porta fechada.

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