Duas semanas depois da visita do secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo a Jerusalém, o governo israelita adjudicou o contrato para a construção de uma mega fábrica a uma empresa local em detrimento de uma de Hong Kong
Israel escolheu facilmente de que lado quer ficar na guerra comercial entre os Estados Unidos e a China. Considerando que os EUA contribuem todos os anos com 3,4 milhões de euros em armamento e ajuda militar para Israel, o governo de Netanyahu começou esta semana a retaliar contra interesses chineses no país, noticia hoje o jornal espanhol El País.
Duas semanas depois da visita do secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo a Jerusalém, o governo israelita adjudicou o contrato para a construção de uma mega fábrica de dessalanização de sal marinho a uma empresa local em detrimento de uma firma de Hong Kong, a Hutchison.
Graças a ofertas competitivas, as empresas chinesas puseram-se em campo em Israel, à frente de grandes projetos de construção como os portos de Haifa e Ashdod, as duas grandes vias de entrada de mercadorias no país, contra os interesses geoestratégicos de Washington, escreve o El País.
Depois do encontro do chefe da diplomacia norte-americana Mike Pompeo com o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, o recado ficou bem claro para Israel. A crescente presença chinesa em infraestruturas críticas de Israel “põe em perigo a cooperação com os Estados Unidos”, avisou Pompeo.
O grupo Hutchison foi o primeiro a sofrer as consequências. Era o favorito na corrida para a fábrica de dessalanização, numa jogada de 1,8 milhões de euros, e acabou preterido para uma empresa israelita, apenas dias depois do encontro de Pompeo com Netanyahu.
Depois da adjudicação ao grupo Shangai International da ampliação e gestão do porto de Haifa, em cuja base naval atraca com frequência a Sexta Frota dos Estados Unidos, Washington pediu a Israel para que controlasse a crescente presença na economia israelita do gigante asiático.