A morte de um ícone

por Filipa Rodrigues
Redação

Nasceu e morreu em Hong Kong. Mas a aura de empreendedor e visionário conquista-a em Macau, sobretudo nos 40 anos em que teve o exclusivo do jogo. Entre a década de 60 do século passado e o início deste milénio, quando o jogo é liberalizado no território. Todavia, para todas as entidades e personalidades chamadas a comentar a morte de Stanley Ho este é a figura incontornável da modernização e desenvolvimento do território.

Para a família de Stanley Ho, a morte do magnata, aos 98 anos, significa o desaparecimento de “uma figura maior que a vida”.

“Cercado por todos os membros da família, Ho faleceu pacificamente” em Hong Kong, referiu um comunicado elaborado em nome das quatro mulheres (uma delas já falecida) que partilharam a vida com o “Rei dos casinos”, título porque também era conhecido em Macau, bem como de todos os filhos e netos.

Em nome da Região Administrativa Especial de Macau, o chefe do Governo, Ho Iat Seng, elogiou Stanley Ho “pela dedicação à causa social e à filantropia, pelo seu valioso contributo à prosperidade e à estabilidade” do território.

A televisão estatal chinesa – CCTV – anunciou a morte de um patriota e de um homem de negócios de Macau e Hong Kong. 

Stanley Ho marcou a transformação e modernização do território, estando ligado nomeadamente à construção do Centro Cultural de Macau, do Aeroporto Internacional ou à constituição da companhia aérea Air Macau.

Em 2017, segundo o jornal The New York Times, a Bloomberg avaliava a fortuna da família em 12 mil milhões de dólares, fazendo de Stanley Ho um dos homens mais ricos da Ásia. Já a Forbes noticiou que, à data da morte, depois de dividir o seu império entre os membros da família tinha caído para 3,7 mil milhões de dólares, uma quantia ainda assim considerável.

Nascido a 25 de novembro de 1921 em Hong Kong, Stanley Ho fugiu aos 20 anos à ocupação japonesa para se radicar na então sob administração portuguesa Macau, onde fez fortuna ao lado da mulher macaense, oriunda de uma das mais influentes famílias locais.

Nos anos de 1960, conquista com a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), o monopólio de exploração do jogo, que manteve por mais 40 anos, até à liberalização, que trouxe a concorrência dos norte-americanos.

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