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Não sou vidente, sou pessimista

Guilherme Rego

Ainda não há cura para os dois grandes problemas com que nos deparamos. Um é o vírus, outro é o cérebro humano. Este, necessita de uma cura há largos anos.

A verdade é que a única maneira de parar a transmissão da pandemia é por distanciamento social. Está provado, é um facto. Na semana passada, a Universidade da Columbia lançou um estudo sobre as medidas de quarentena impostas nos Estados Unidos. Os analistas estimam que se o país tivesse começado a trancar cidades e limitar o contato social, no 1º dia de março, duas semanas antes de os americanos começarem a ficar em casa, cerca de 83% das mortes seriam evitadas.

No último domingo, o jornal norte-americano The New York Times dedicou a sua primeira página a mil vítimas mortais do coronavírus. Passo por vários nomes do mural online, e pelas breves descrições que familiares e amigos recordam, em poucas grandes palavras. Entre as vítimas mortais da covid-19 estão Joe Diffie, 62 anos, de Nashville, “estrela da música country distinguida com um Grammy”, e Lila A. Fenwick, 87 anos, de Nova Iorque, a “primeira mulher negra a formar-se na Harvard Law School”. Outros nomes chamam-me ainda mais à atenção, pela humanidade que transmitem. Clara Louise Bennet, 91 anos, de Albany, Geórgia, “cantava aos netos uma canção no primeiro dia de aulas de cada ano”.

Escrevi, sabendo que ao lerem este texto, o drama teria já ultrapassado a realidade à qual não podemos fugir

As pessoas têm de ser lembradas pelo que foram – não como simples números. A pandemia está longe de ter um ponto final, mas é importante lembrar cada vítima, e como, à sua própria maneira, era importante para o mundo. Por isso, agradeço. No entanto, mais histórias serão adicionadas nos próximos dias.

Escrevi, sabendo que ao lerem este texto, o drama teria já ultrapassado a realidade à qual não podemos fugir. Os Estados Unidos da América passaram a barreira das 100 mil mortes.

Não sou vidente, sou pessimista.

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