Covid-19. Calcorreia-se pouco a despida calçada portuguesa de Macau

por user.admin

O Largo do Senado é, a par das Ruínas de São Paulo e do Templo de A-Má, um dos locais mais movimentados de Macau, mas devido à pandemia de Covid-19 que assola o mundo, há mais de dois meses que é uma fraca imagem de si próprio.

Subimos à varanda da Santa Casa da Misericórdia de Macau para termos um olhar amplo sobre o largo. Podemos avistar desde o antigo Leal Senado até quase à igreja de São Domingos. Este corredor, outrora uma rua de trânsito automóvel, é hoje um mar de pequenas pedras calcárias, pretas e brancas, que formam um movimento ondulante, particularmente fascinante para a fotografia.

Basicamente o que se pode ver a pisar as pedras calcárias brancas e pretas são os pés dos residentes do território. Turistas não há, nem podem entrar em Macau. Por isso, é fácil obter imagens singulares como estas que a fotorreportagem mostra: uma pessoa de cada vez, todos com máscara na cara.

É difícil acreditar que em plena hora de almoço o movimento no centro da cidade seja este, mas o novo coronavírus SARS-CoV-2 tratou que assim fosse. Macau não tem casos de infeção há diversos dias. No total, foram até ao momento 45 casos, a grande maioria importados. Sente-se que a população entendeu o “novo normal” e consegue indo, aos poucos, refazendo a sua vida.

O património

A calçada portuguesa surgiu em 1842 pela mão de reclusos e pela mente do Governador de armas do Castelo de São Jorge, em Lisboa. A ideia de fazer um pavimento de pequenas pedras pretas e brancas, em ziguezague, na fortaleza e nos arredores do castelo para assinalar o caminho, fez tanto sucesso que as visitas ao Castelo aumentaram.

Em 1848, foi aprovado o projeto que visava revestir toda a Praça do Rossio, em Lisboa. Ao fim de 323 dias, uma área de 8712 metros quadrados a que se chamou Mar Largo, com desenhos a homenagear os descobrimentos portugueses, ficou concluída.

Depois disso, “da pedra fez-se mar” e partiu-se para cobrir os passeios de Norte a Sul de Portugal. Além-fronteiras, por onde os portugueses passaram, também deixou-se esta marca no chão – Brasil, Cabo Verde, Angola, Moçambique ou Macau são provas disso.

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