Aviões no solo. Menos na China e nos EUA…

por Pedro Tadeu

Os voos comerciais conheceram um declínio mundial de mais de 27% em março mas os aviões continuaram nos ares na China e nos Estados Unidos, com mais de 40 mil passageiros a chegarem a aeroportos americanos provenientes de cidades chinesas desde fevereiro, num total de 279 voos.

O elevado número de voos registados na China e nos EUA resulta de nestes dois países, pela dimensão territorial de ambos, o transporte aéreo ser a principal forma de rápidas deslocações e de, em particular, nos EUA não ter sido decretada nenhuma restrição nos voos internos desde o início da pandemia.

Por exemplo, a região de Nova Iorque, epicentro da pandemia nos EUA, é aquela em que atualmente se regista o maior número de voos internos no país.

As restrições aos voos domésticos em vigor na China, por seu lado, aplicam-se apenas às regiões colocadas em isolamento.

Regresso de chineses

Dos EUA para a China, o número de voos é significativamente menor do que os 279 em sentido contrário, o que se explica por restrições, entretanto, de novo aplicadas a entrada de cidadãos estrangeiros na China, após as autoridades terem detetado novos casos de Covid-19, o que pode configurar uma segunda vaga da pandemia.

Assim, a maioria dos voos visa o repatriamento de nacionais chineses que se encontrem nos EUA. E a maior parte desses voos são charters.

A nível global, mais de cem transportadoras aéreas anunciaram a suspensão total dos seus voos.

Através do site Flight Radar24 é possível ter um quadro da situação em tempo real.

Menos de 60% de voos

O fenómeno que está a ganhar uma importante dimensão desde o início de abril vai no sentido oposto à tendência de queda mundial que se verifica desde março, com os números a acentuarem-se ao longo do mês.

Assim, realizaram-se menos 3,9% de voos na primeira semana de março face ao mesmo período de 2019 e no final do mês esse declínio foi de 62,9% face a igual período do ano transato.

Além do número importante de chegadas aos EUA de viajantes provenientes da China, o The New York Times dava conta, no início do mês, que esses milhares de passageiros de várias nacionalidades eram sujeitos a controlos sanitários efetuados de forma displicente nos aeroportos americanos, na maioria dos casos.

Esta situação surge num momento em que as transportadoras aéreas se veem confrontadas com uma avalanche de pedidos de reembolsos por voos não efetuados e que os analistas do setor não anteveem um regresso à normalidade antes do final de maio. Um regresso que, forçosamente, será faseado.

Os analistas são ainda concordantes em referir que a aviação comercial só estará de regresso à normalidade quando aquelas que são consideradas duas das principais transportadoras aéreas globais, a Emirates e a Turkish Airlines, anunciarem o retomar normal das operações.

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