Grupo atinge povoação dois dias após ações armadas no mesmo distrito

por Pedro Tadeu

A povoação fica no distrito de Muidumbe, que já na terça-feira tinha sido alvo de ataques reivindicados pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico que, além da, destruição, alega ter provocado um número indeterminado de mortes em confrontos com as forças de defesa e segurança.

Segundo as mesmas fontes, entre outras marcas de violência deixadas na quinta-feira, em Muambula, o grupo terá vandalizado a igreja de uma das mais antigas missões católicas da província de Cabo Delgado.

O ataque foi também relatado hoje, em comunicado, pelo Centro para a Democracia e Desenvolvimento (CDD), organização da sociedade civil moçambicana.

“Os atacantes não queimaram as infraestruturas da missão, como a Escola Secundária Vyaka Sabini, a Rádio São Francisco de Assis, os espaços de formação e as casas de missionários. Mas há informações que indicam que eles invadiram a igreja, tendo arrombado as portas e partido as janelas”, referiu.

Dois mortos

As mesmas fontes citadas pelo CDD referiram que o ataque terá provocado dois mortos.

O organismo refere que os missionários da Missão de Nangololo saíram para Pemba, capital provincial, e que a população local se refugiou nas matas e só hoje começou a regressar a casa, mas as comunicações móveis são muito deficientes.

Segundo a mesma organização, desde a madrugada de hoje há também relatos de que membros dos grupos armados podem já ter chegado à Grande Quirimba, ilha do arquipélago das Quirimbas, a poucos quilómetros da costa de Cabo Delgado, para onde parte da população tem fugido.

O mesmo tipo de relato circulou semanas antes quando a população fugiu de ataques ao distrito costeiro de Quissanga, mas sem confirmação de que se tenha seguido violência nas ilhas.

Silêncio oficial

As autoridades moçambicanas ainda não prestaram informação sobre os mais recentes ataques.

A província de Cabo Delgado tem sido alvo de ataques de grupos armados que organizações internacionais classificam como uma ameaça terrorista e que em dois anos e meio já fizeram, pelo menos, 350 mortos, além de 156.400 pessoas afetadas com perda de bens ou obrigadas a abandonar casa e terras em busca de locais seguros.

No final de março, as vilas de Mocímboa da Praia e Quissanga foram invadidas pelo grupo, que destruiu várias infraestruturas e içou a sua bandeira num quartel das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.

Na ocasião, num vídeo distribuído na Internet, um alegado militante ‘jihadista’ justificou os ataques de grupos armados no norte de Moçambique com o objetivo de impor uma lei islâmica na região.

Pode também interessar

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!