O governo brasileiro anunciou nesta quinta-feira que a chegada da COVID-19 ao país foi em janeiro, mais de um mês antes do que se acreditava até agora.
Em entrevista à imprensa, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson Oliveira, disse que investigações realizadas pela pasta detectaram que a primeira morte pelo novo coronavírus no Brasil ocorreu em 23 de janeiro.
Até então, o primeiro caso positivo de coronavírus tinha sido anunciado em 26 de fevereiro: um homem de 61 anos que mora em São Paulo, e que tinha regressado de uma viagem à Itália. Na ocasião, outros 20 casos estavam sendo investigados e 59 suspeitas descartadas.
Segundo Oliveira, a descoberta é resultado de uma “investigação retrospectiva” dos pacientes internados com quadros de síndrome respiratória aguda grave. Nessa categoria está a maior parte das internações por gripes comuns, mas ela também abrange os casos da COVID-19.
A paciente que agora é considerada a primeira vítima do novo coronavírus no Brasil era uma mulher de 75 anos, residente no estado de Minas Gerais (sudeste). O ministério não informou maiores detalhes.
Devido à descoberta, o secretário de Vigilância em Saúde afirmou que “já havia uma circulação inicial de casos no final de janeiro de 2020, obviamente como casos importados”.
Oliveira recordou que a mudança na data que marcou a confirmação do primeiro caso da COVID-19 também ocorreu com o vírus da zika.
“Isso foi feito também no zika vírus. Inicialmente achávamos que os primeiros casos eram de abril de 2015, e um ano depois, com investigação retrospectiva, verificamos que tinha caso de zika vírus identificado em banco de sangue na região amazônica desde abril de 2014”, comentou o secretário.
Brasil é o país da América Latina mais afetado pela COVID-19. Segundo o último balanço divulgado pelo governo, são 299 mortes e 7.910 casos confirmados do vírus no país.
