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Indústria adapta-se e aposta na produção de máscaras

Desde o início do surto de novo coronavírus, as máscaras de proteção têm-se tornado no produto mais requisitado na luta contra a epidemia. A produção não acontece apenas em empresas de material médico. Também fábricas de outras áreas de atividade espalhadas por todo o país estão a juntar-se para as produzir. Locais onde normalmente se produziam roupas, eletrodomésticos e outros bens de consumo estão agora a produzir máscaras. 

De acordo com dados oficias, entre 1 de janeiro e 28 de fevereiro o número de empresas envolvidas na produção de equipamentos médicos e máscaras subiu largamente. Por toda a China este número ultrapassou os 30 mil, das quais 2.957 dedicadas apenas à produção de máscaras. Entre estas, até 2 de março, 339 estavam localizadas em Guangdong, província onde se produzem diariamente mais de 20 milhões de máscaras. 

Durante os primeiros dois meses deste ano, o número de empresas nacionais na produção de tecido não tecido (TNT) também cresceu. Este é o principal material usado na produção de máscaras. A 28 de fevereiro, segundo o “Yang Cheng News”, existiam mais de 100 empresas no país a produzir este material, entre elas 10 em Guangdong, que contribuíram para um terço deste crescimento. Atualmente, os materiais para a produção de máscaras aumentaram de quatro toneladas/dia, no início de fevereiro, para perto das 20 toneladas/dia. Até meados deste mês espera-se que apenas na província de Guangdong sejam produzidas 30 milhões de máscaras por dia. 

Em Zhuhai, ao lado de Macau, a empresa Gree Real Estate anunciou a 10 de fevereiro que uma das suas subsidiárias ia investir 21 milhões de RMB para criar uma nova empresa, em joint-venture, dedicada à produção de máscaras e outros materiais médicos. 

No mês anterior, em janeiro, a companhia tinha acelerado a compra de máscaras, tecido TNT e outros materiais de filtramento, segmentos em que existia pouca oferta. Ao mesmo tempo, os líderes da empresa deslocaram-se com uma equipa a Shenzhen, Foshan, Dongguan, Zhongshan e Huizhou para aprenderem mais acerca da produção deste material. Procuraram assim produzir diversos materiais em que havia pouca oferta para auxiliar na prevenção da Covid-19. Isso levou à criação de áreas de produção purificadas, com controlo sobre a possível contaminação dos produtos. A primeira linha automática de fabrico de máscaras só precisou de 10 dias para entrar em produção. 

A 20 de fevereiro, a linha de produção completamente automática da Gree Real Estate chegou a Zhuhai, iniciando-se a produção no dia seguinte. No último dia de fevereiro arrancou a segunda linha de produção. No total, as duas linhas garantem uma produção mensal de seis milhões de máscaras. A empresa já anunciou que vai elevar para 10 o total de linhas de produção, ainda durante este mês.

Huafa segue tendência
Este grupo conta com uma subsidiária, a Zhuhai Huaguan, que especializado em desenvolvimento, produção e venda de baterias de lítio. Após rebentar o surto de coronavírus, a empresa enviou alguns dos seus engenheiros para visitarem fábricas de máscaras durante o Ano Novo Chinês para aprenderem o processo de produção. Para a Huaguan, a precisão necessária na produção de componentes eletrónicos é superior à da produção de máscaras, “não havendo por isso problemas técnicos” em avançar para esta área.

Em meados de fevereiro, a empresa anunciou que dedicou cerca de 1.000 metros quadrados do seu espaço à produção de máscaras. A primeira fase do projeto comportou duas linhas de produção para máscaras cirúrgicas, e três linhas de produção para máscaras N95, com uma produção diária entre as 200 e 300 mil unidades.

De acordo com o site oficial do governo de Zhuhai, o número de fábricas de produção de máscaras cresceu para 10 desde o início da epidemia. Os responsáveis da cidade preveem que a produção de máscaras atinja um milhão no final deste mês e dois milhões até ao final de abril. 

Para proteger os interesses dos produtores de máscaras, foram também lançadas algumas medidas pelas autoridades nacionais. A Comissão de Desenvolvimento e Reforma Nacional, o Ministério das Finanças e o Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação anunciaram que todos os materiais fundamentais para a proteção médica na crise do Covid-19 serão comprados pelo governo. O primeiro lote de produtos comprados pelo governo incluiu fatos de proteção, máscaras N95, máscaras cirúrgicas e máscaras descartáveis. 

Wendi Song 06.03.2020

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