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Taiwan de perto

No passado sábado (dia 11) tiveram lugar as eleições de 2020 em Taiwan, ganhas pela presidente Tsai Ing-wen que alcançou um recorde na história da região com mais de 8,17 milhões de votos, e permitiu que o Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla inglesa) mantenha controlo sobre o parlamento. Embora várias sondagens e previsões mostrassem Tsai Ing-wen à frente do líder do partido Kuomintang, Han Kuo-yu, ambos os partidos investiram muito nas campanhas eleitorais. O PLATAFORMA esteve em Taipei para acompanhar estas eleições. 

O antes 

Antes da votação, a avenida Ketagalan em Taipé era o centro das atenções. Na noite de dia 9, dois dias antes das eleições, o partido Kuomingtan dominou a avenida, exibindo o slogan “Segurança para Taiwan e Dinheiro para o seu povo – o Partido Vencedor”. O grupo diz ter reunindo um milhão de apoiantes. Han Kuo-yu, vestido de preto, encerrou a campanha rodeado de bandeiras, liderando a multidão e gritando “Mudar Taiwan”. Na noite da véspera das eleições, foi a vez do partido DPP tomar conta da avenida, reunindo cerca de 530 mil pessoas. Terminou o evento antes das 10 da noite de dia 10, como exige a lei. Durante o último ato de campanha estiveram presentes pessoas de Hong Kong, vestidos de preto e com bandeiras com a frase “Libertar Hong Kong, Revolução dos Nossos Tempos”. O slogan de campanha de Tsai Ing-wen foi “2020, Taiwan irá vencer”. Hong Kong também entrou nos discursos da presidente reeleita: “Os jovens de Hong Kong mostraram-nos com a própria vida e lágrimas que o “Um País, Dois Sistemas” não é viável. Amanhã (dia das eleições), temos de mostrar aos jovens de Taiwan o valor da democracia e liberdade”. Quando a multidão estava a abandonar a avenida, alguns taiwaneses  gritaram “Força Hong Kong”. 

Já o conservador James Soong, candidato do Partido Primeiro o Povo, recebeu o apoio do criador da Foxconn, Terry Gou, na véspera das eleições na sede do partido. 

Campanha em Shi-men Ting

Na véspera das eleições, cada partido esteve reunido em Shi-men Ting. No caso dos apoiantes de Han Kuo-yu, do Kuomintang, eram maioritariamente homens de meia-idade, que se reuniram em frente à estação de metro com cartazes a dizer “Para salvar a economia vota nº2 (Han Kuo-yu)” e gritando repetidamente “o futuro dos mais jovens está nas mãos de Han Kuo-yu”. Entre este grupo, estava também presente um senhor estrangeiro empunhando um cartaz “nº2”. 

Do lado oposto, havia pessoas a apelar ao voto e outros que alegavam ser os Homens de Preto de Hong Kong, segurando bandeiras e fotografias dos protestos na região e alertando o povo de taiwanês para “Proteger a democracia em Taiwan”. 

Na véspera e no próprio dia da votação, a linha ferroviária de alta velocidade de Taiwan acrescentou cinco comboios sem lugares marcados para quem que tinha de viajar para ir votar. A estação de Taipé esteve cheia de passageiros à espera do comboio com direção Sul na tarde de dia 10. Também havia grandes filas para comprar bilhetes na estação de autocarros de Taipé. As empresas de autocarros revelaram que receberam mais 20 por cento de passageiros do que é normal. 

Alegria vs preocupação

Às quatro da tarde de dia 11 de janeiro, foram encerradas as urnas e iniciada a contagem de votos. Tsai Ing-wen da Coligação Pan-Verde esperou os resultados em Taipé, e Han Kuo-yu, em Kaohsiung. O DPP montou um palco na Rua Oriental Peiping para os apoiantes se reunirem e verem os resultados das eleições, onde se juntou uma grande multidão noite dentro. “Tsai Ing-wen bate o recorde das eleições anteriores de 6,89 milhões de votos”, “recebeu mais de sete milhões de votos”, “define assim um novo recorde com mais de 8 milhões de votos”. 

Cada vez que o apresentador anunciava uma atualização dos resultados, a multidão enchia-se de entusiasmo. As celebrações terminaram com a presença de Tsai Ing-wen que agradeceu aos apoiantes após uma conferência com a imprensa internacional. A candidata reeleita afirmou que a noite “pertence a todos os taiwaneses”, e acrescentou estar grata por poder viver numa terra de liberdade e democracia. 

O ambiente na sede de Han Kuo-yu, em Kaoshiung, foi bastante diferente. Após a revelação dos resultados e da posição do candidato derrotado, as caras dos apoiantes encheram-se de tristeza, alguns chegaram a chorar. Han subiu ao palco e admitiu a derrota, acrescentando que o empenho não foi suficiente e que desiludiu os apoiantes. Terminou com um apelo aos apoiantes para manterem a calma e aceitarem o resultado.   

Johnson Chao em Taipé 17.01.2020

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