“Estórias” orais da História recente de Macau

por Arsenio Reis

Ao celebrar o 30o aniversário, o Centro de Estudos sobre Macau da Universidade de Macau (UM) avança com seis projectos de investigação, um deles com vozes locais que moldaram as últimas três décadas da cidade em várias áreas. 

O Centro de Estudos de Macau  da Universidade de Macau lançou um projeto de história oral com depoimentos de intervenientes locais que desempenharam um papel de relevo na construção da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) antes e depois da transição, ao longo dos últimos 30 anos. O projeto de investigação surge, precisamente, numa altura em que o Centro de Estudos sobre Macau comemora o seu 30o aniversário e procura dar um novo impulso à agenda de investigação científica ligada às múltiplas facetas da cidade.

A diretora do centro, a professora de jornalismo e comunicação Agnes Lam, salienta que esta é a altura certa para levar a cabo este trabalho uma vez que “as pessoas ainda se lembram bem do que aconteceu, mas ao mesmo tempo podem olhar para o que sucedeu com algum distanciamento.” O resultado deste projeto será vertido em livros publicações e conferências a terem lugar sobretudo ao longo de 2019, ano em que a RAEM comemora o seu 20o aniversário. 

Paralelamente, o centro tem estado a alargar o âmbito da sua atividade ao englobar estudos académicos sobre diversas áreas, em que sobressarem as ciências sociais e a história, mas em que também têm lugar a biologia ou a botânica, ou seja tudo o que valorize do ponto de vista científico e académico o que Macau tem de único e que distingue a região. 

Agnes Lam, líder do Centro de Estudos  sobre Macau desde julho do ano passado,  sublinha que “é preciso preservar tudo o que se puder sobre Macau, o conhecimento aqui acumulado. ‘Para encontrarmos soluções para problemas e alcançarmos um desenvolvimento efetivo para Macau temos de compreender o passado e o presente desta cidade”, observa em declarações ao PLATAFORMA.  Fala-se muito dos planos estratégicos do Governo central, como Uma Faixa Uma Rota e a Grade Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, mas a académica, que também é deputada na Assembleia Legislativa de Macau, diz que se “para ter sucesso é preciso  desempehnar um papel importante apostar em mais investigação”. Como local especial e experiência política, histórica e cultural única, “surge a questão se Macau pode ser um modelo que possa ser útil para outros fenómenos sociais ou situações na China ou mesmo no resto do Mundo”, assinala. Além do projeto em torno da história oral de Macau, o centro tem mais seis outros projetos: conectividade no âmbito da Iniciativa Faixa e Rota,  a geoeconomia da Grande Baía, urbanismo património e desenvolvimento sustentável, identidade e integração transregional e  governação na era da informação. “No passado não tínhamos tantos projetos de investigação por iniciativa própria. Agora temos uma agenda reforçada e queremos expandir a nossa plataforma.”, esclarece Lam.

O Centro vai também lançar um programa de doutoramento em estudos sobre Macau. “Queremos formar novas gerações que desbravem novos campos científicos que valorizem os estudos sobre Macau”, afirma.  

José Carlos Matias 21.09.2018

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