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Peter e Murphy

Edward A. Murphy era um engenheiro aeroespacial norte-americano que criou um equipamento para registar os batimentos cardíacos de um piloto no âmbito de um teste sobre a tolerância de humanos à gravidade. Tudo correu mal quando o técnico responsável pela instalação do equipamento cometeu um erro que impediu que o teste pudesse ter lugar. Nascia a Lei de Murphy que tendo variações, se pode resumir em: “se algo pode correr mal, correrá”. Uma espécie de lei e bronze do pessimismo e alfa e ómega dos “profetas da desgraça”. Por coincidência – ou não – Murphy foi contemporâneo do académico canadiano Lawrence J. Peter, educador e autor do não menos célebre Princípio de Peter, segundo o qual “num sistema hierárquico todo o funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência”. Por outras palavras, um funcionário é promovido, por norma, com base no seu sucesso nas funções que desempenhou anteriormente até um nível em que já não é competente. No contexto da administração pública e da máquina governativa, não se pode ter como garantido que essa promoção está relacionada com a competência prévia – as teias relacionais e ‘políticas’, entre outras considerações, tendem a desempenhar um papel relevante. A este nível, Macau é um caso de estudo, um verdadeiro laboratório, sendo que na atual “Era do Vazio” (da governação), o princípio de Peter anda demasiadas vezes de mãos dadas com a  Lei de Murphy.  

A obra governativa parece estar embargada, quase imóvel, em contagem decrescente à espera da mudança.  A 519 dias de 20 de dezembro de 2019.  

José Carlos Matias 20.07.2018

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