Missão financeira em período de avaliação do Fórum

por Arsenio Reis

Bancos chineses estão em peso na delegação de Macau e da China que termina hoje a visita a Lisboa.

Se o comércio atinge as metas acordadas pelos parceiros sino-lusófonos, a efetivação de novos mecanismos de financiamento regulares está por realizar. O Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre China e Países de Língua Portuguesa  (Forúm Macau) estende esta semana as comemorações de 15º aniversário a Lisboa, com uma aposta no setor financeiro. Trouxe à capital portuguesa os principais bancos e seguradoras da China, assim como de Macau. O financiamento de projetos de cooperação está na agenda mais do que nunca, num momento em que o Fórum de Macau realiza autoavaliação.

Hoje, uma delegação de mais de 60 dirigentes e empresários de Macau e da China visita Portugal, com deslocações a pontos como o porto e zona logística de Sines ou aos empreendimentos Alta de Lisboa, polo de expansão urbana da capital do país com investimento da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau [STDM]. Já ontem, participaram no encontro anual de empresários chineses e de países de língua portuguesa, que este ano teve lugar em Portugal.

Entre as instituições de peso da missão empresarial e financeira, estão os três maiores bancos comerciais do país: Banco da China, ICBC e China Construction Bank. A estes juntam-se o China Exim Bank e o Silk Road Fund, além das seguradoras Taiping e a People’s Insurance Company of China. E também uma comitiva do setor financeiro de Macau se faz representar. Na liderança de uma e de outra estão, respetivamente, o antigo Chefe do Executivo de Macau Edmund Ho, vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, e o secretário para a Economia e Finanças do Governo local, Lionel Leong. 

A avaliar pela composição da delegação, dinheiro para projetos poderá não ser problema. Mas, até aqui, a cooperação entre China e países de língua portuguesa tem estado marcada por uma baixa execução dos fundos destinados a investimentos conjuntos. A reforma do Fórum e do fundo que lhes está associado – o Fundo da Cooperação para o Desenvolvimento, com sede em Macau desde o ano passado – estão no centro de um debate mantido por empresas de Macau e por representantes de diferentes países de língua portuguesa. 

Alguns pretendem que o fundo recupere uma vocação de cooperação, ao invés da orientação de investimento que serve de mandato ao fundo – com financiamento a apenas três projetos concretizado até aqui. Outros defendem maior capacitação técnica do fundo para apreciar projetos nos países de língua portuguesa diretamente a partir de Macau – sem análise em Pequim. 

Este ano, o Fórum Macau visita todos os países de língua portuguesa, numa missão que culminará com uma avaliação aos trabalhos do organismo pela Academia de Ciências Sociais da China (CASS). 

Maria Caetano  22.06.2018

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