Projetos que incluem centrais fotovoltaicas estão em fase final de avaliação, numa altura em que a empresa de Macau expande presença em Portugal. Negócio de 4,5 milhões de euros fechado esta semana.
O Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, com sede em Macau, está na fase final de avaliação de projetos de investimento com a CESL Ásia na área das energias renováveis portuguesas, incluindo centrais de produção de energia solar que a empresa de Macau tem vindo a adquirir no país.
A informação foi avançada ao semanário PLATAFORMA pelo diretor da CESL Ásia, Eduardo Netto de Almeida, que na última segunda-feira rubricou o acordo de compra de uma nova central fotovoltaica à empresa RESUL – um negócio no valor de 4,5 milhões de euros (5,28 milhões de dólares ao câmbio atual) – durante o Encontro Económico e Comercial entre Empresários da China e de Portugal, que decorreu em Lisboa.
“Estamos a trabalhar nisso com os responsáveis do fundo já há algum tempo e, não só em relação a este investimento e a outros que estão associados. A CESL Asia está a investir em Portugal em infraestruturas de energia – nomeadamente, parques fotovoltaicos –, mas também em projetos que estamos a estudar, em fase avançada, na área da agricultura. Estamos muito convencidos de que o fundo vai ser um participante importante no financiamento desses projetos”, indicou Netto de Almeida. “Estamos numa fase final, numa fase já de decisão”, disse.
O encontro em Lisboa teve como temas a expansão do comércio e o investimento em capacidade produtiva, e foi organizado pela AICEP Portugal Global, pelo Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau (IPIM), e pelo Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Entre os participantes esteve o presidente do Fundo de Desenvolvimento China-África, Chi Jianxin, responsável pela gestão do fundo de investimento de Macau, dotado de um capital de mil milhões de dólares para projetos de cooperação entre a China e países de língua portuguesa.
Durante o evento, foi assinado o acordo para a alienação pela RESUL de uma central solar em Estoi, onde a CESL Ásia tem já operações, com o investimento “em vias de ser finalizado”. “A CESL Ásia adquiriu este ativo e achamos que isto pode ser não apenas uma operação casuística, mas também algo que possa ter no futuro outro tipo de implicações e outro tipo de desenvolvimentos”, afirmou ao PLATAFORMA Luís Bento, diretor financeiro da RESUL. A empresa opera no setor da energia não apenas em Portugal, mas também em Cabo Verde, Angola, Moçambique e Canadá.
De acordo com Netto de Almeida, a eventual participação do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa “será num projeto bastante mais alargado, que inclui os outros parques solares que a CESL Ásia já tem em Portugal e de que está a negociar a aquisição”. “Estamos a procurar expandir o nosso conjunto de instalações solares em Portugal e há outras aquisições em curso”, indicou, juntando a intenção de haver “um investimento importante na área agropecuária” em fase de “estudo avançado”.
Segundo o responsável, a CESL Ásia pretende investir não só em novas centrais solares, mas também procura adquirir concessões em vigor e cujos contratos ainda prevejam a existência de tarifas bonificadas (‘feed-in tariffs’), preços de venda contratualizados, entretanto eliminados para as novas centrais solares. “Ainda há oportunidades de investimento em concessões antigas – em atribuições de licenças antigas. Poderá acontecer. Poderemos investir nesse tipo de situações. Mas, coisas novas, de há um ano ou dois a esta parte só num quadro de mercado”, explicou.
Maria Caetano